Energia do Piauí não é suficiente para suprir a demanda, já no Maranhão, é farta
O
setor elétrico brasileiro vive uma de suas fases mais inseguras. O
contraditório é que a presidente Dilma Rousseff é especialista no
assunto, afinal comandou a área por oito anos no governo gaúcho antes de
assumir o Ministério das Minas e Energias, no governo Lula. Mas isso
parece que não influenciou muito seu mandato, no ano passado, a oferta
de energia cresceu 40% menos que o previsto e das linhas de transmissão
em obras, 71% tem mais de 13 meses de atraso.
No Piauí a situação parece bem pior, o estado que já sofre de mazelas históricas que o faz o se desenvolver de maneira lenta, deixa passar a oportunidade crescer quando deixa de oferecer energia de qualidade para instalação de indústrias, e pior, perde espaço para o Maranhão, que oferece o ‘paraíso’ para instalação de novas empresas em seu território.
Para simplificar bem este cenário, o setor industrial tem cada vez mais se desestimulado em abrir unidades em Teresina, ou expandir, e estão cada vez mais tentados a crescerem em Timon (MA). O pouco apoio e a falta de investimento do poder público nos distritos industriais e polos empresariais de Teresina estão virando trunfo para a cidade vizinha investir nas indústrias piauienses.
Prefeito de Timon, Luciano Leitoa, lançou um verdadeiro plano industrial, com muita energia: Piauí ainda parado
Os industriários enfrentam problemas nas três esferas administrativas, como é possível ver no quadro abaixo:
ESTÁ COMPLICADO CONTINUAR NO PIAUÍ
O 180graus conversou com o vice-presidente da Associação Industrial do Piauí (AIP), Gilberto Pedrosa, que confirma a informação. “Temos notado a diminuição das indústrias em busca de incentivos fiscais no Piauí e empresas querendo terrenos nos nossos distritos industriais. O governo tem que tentar parar isso agora, oferecendo um melhor ambiente para o desenvolvimento do setor”, disse.
Gilberto Pedrosa: Piauí carece de estrutura adequada
Gilberto pedrosa enumera os problemas enfrentados no estado. “Aqui os distritos industriais não têm vias pavimentadas, problemas com abastecimento de água, energia elétrica e o pior de tudo é internet, que é de péssima qualidade, não tem como uma empresa funcionar sem internet boa. No Maranhão não há esse problema, eles oferecem tudo para que as indústrias se instalem, atendem todas as demandas”, afirmou.
CROWN TEVE QUE ‘COMPRAR’ ENERGIA PARA SE INSTALAR
Crown Embalagens, uma indústria especializada na fabricação de latas de alumínios para cervejas, refrigerantes, sucos e chás, localizada no Polo Industrial Norte, na região da Grande Santa Maria, que fez um investimento de cerca de R$ 250 milhões para instalação no Piauí, teve que puxar energia diretamente da Chesf para iniciar as operações.
Crown precisou de energia ‘arrajada’ da Chesf
Uma subestação própria deve ser construída, e ainda precisarão pagar a Eletrobrás, devido ao monopólio de energia elétrica. Se não fosse essas ações, a empresa ainda demoraria a começar a funcionar, pois, como aconteceu com um empresário do Polo Industrial Sul, que solicitou durante seis meses a instalação da rede elétrica da sua indústria, mas só começou a operar pois ‘puxou’ energia de uma empresa vizinha.
EXPANSÃO PARA TIMON
Várias empresas piauienses já possuem unidades no Maranhão, em especial Timon, que apesar de ser uma cidade que fica ao lado de Teresina, de onde praticamente é dependente, possui fornecimento de energia melhor, que é feito pela Cemar.
Entre as empresas já que possuem unidades em Timon, mas que pretendem continuar expandindo, está o grupo Ferronorte, que possui além do comércio, indústria, a Telanorte e a metalúrgica.
A empresa teria investido milhões em equipamentos para aumentar sua produtividade, mas devido a problemas com energia elétrica tiveram que ficar paradas.
Ferronorte investiu em máquinas, mas não há energia suficiente
Outra empresa que visa negócios no Maranhão e a Telhas Mafrense, um empresa que já recebeu vários prêmios pela qualidade dos produtos, mas que devidos as dificuldades em terras piauienses procura expandir seus negócios.
Telhas Mafrense quer ampliar negócios: falta estrutura
A empresa do ramo de carrocerias, Mafrense, que não tem ligações com a empresa anterior, também pretende ampliar para o Maranhão pelas melhores condições oferecidas no estado.
Carrocerias Mafrense deve ir para o Maranhão também
CONHEÇA A CEMAR
A Companhia Energética do Maranhão, única distribuidora de energia do estado, possui quatro unidades de negócios, distribuídas nas cidades de São Luís, Bacabal, Timon e Imperatriz, atendendo cerca 1.8 milhão de clientesem seus 217 municípios.
Após dois anos sob intervenção da ANEEL, em 30 de abril de 2004, o controle acionário da Cemar foi transferido à SVM Participações e Empreendimentos Ltda - companhia controlada por fundos de private equity da GP Investimentos. Como parte do processo de reestruturação financeira da CEMAR, em abril de 2006, o controle acionário da empresa passou para a Equatorial Energia, primeira empresa com ações negociadas na Bolsa de Valores de São Paulo, com sede em São Luís-MA. A Equatorial Energia tem como principal estratégia a expansão de sua operação de distribuição de energia nas regiões Norte, Nordeste e Centro-Oeste.
O PARAÍSO INDUSTRIAL EM TIMON
Foi lançado na cidade o Condomínio Empresarial, onde a administração conseguiu viabilizar parcerias pública com o Governo do Estado e iniciativa privada, com quase uma centena de pequenos, médios e grandes empresários, decididos a investir em Timon.
Condomínio Empresarial em Timon
O lugar que contará com internet em fibra ótica, balança eletrônica, energia abundante, e todo um conjunto de equipamentos além da posição estratégica entre a BR 316, a estrada de ferro e em frente ao aeroporto de Timon. Mais de 100 empresas se instalarão ali.
ELETROBRAS NÃO DÁ CONTA
Esse é um problema que já virou parte do cotidiano do piauiense: falta de energia. Quando começar a ventar para chover, todo mundo já sabe o que acontece em seguida. Às vezes nem precisa acontecer algum fenômeno da natureza para isso acontecer. O pior que isso atrapalha de forma significativa o funcionamento das empresas, tendo em vista a dependência de energia para executar as atividades. Quando falta energia uma série de prejuízos é desencadeada. Um exemplo prático acontece na sede do 180graus, onde na região falta energia quase que diariamente. Imagina o que acontece em empresas de grande porte, indústrias, principalmente de alimentos. Se a Eletrobras não iniciar uma revolução na melhoria da sua distribuição, vai ser complicado o estado crescer.
AINDA HÁ ESPERANÇA
Mas o grande responsável pelos problemas elétricos é o Governo Federal. Neste contexto o Maranhão está realmente bem, afinal o Ministro de Minas e Energias é o maranhense Edison Lobão, e o Piauí continua esquecido.
O novo governador do Piauí, Zé Filho (PMDB), é do setor industrial, foi até presidente da Federação das Indústrias do Estado do Piauí (Fiepi) e espera-se que o setor comece a andar na sua curta gestão. "Não é possível mais a Eletrobras manter o serviço ineficiente de energia elétrica no Piauí, por que isso está até impedindo que empresas se instalem no Estado e estão precisando se estabelecer no Maranhão", disse certa vez. O novo governador do estado terá um grande desafio, que é recuperar o tempo perdido.
A insegurança da instabilidade elétrica no Piauí é o preço que o desenvolvimento do estado vai pagando.
No Piauí a situação parece bem pior, o estado que já sofre de mazelas históricas que o faz o se desenvolver de maneira lenta, deixa passar a oportunidade crescer quando deixa de oferecer energia de qualidade para instalação de indústrias, e pior, perde espaço para o Maranhão, que oferece o ‘paraíso’ para instalação de novas empresas em seu território.
Para simplificar bem este cenário, o setor industrial tem cada vez mais se desestimulado em abrir unidades em Teresina, ou expandir, e estão cada vez mais tentados a crescerem em Timon (MA). O pouco apoio e a falta de investimento do poder público nos distritos industriais e polos empresariais de Teresina estão virando trunfo para a cidade vizinha investir nas indústrias piauienses.
Prefeito de Timon, Luciano Leitoa, lançou um verdadeiro plano industrial, com muita energia: Piauí ainda parado
Os industriários enfrentam problemas nas três esferas administrativas, como é possível ver no quadro abaixo:
ESTÁ COMPLICADO CONTINUAR NO PIAUÍ
O 180graus conversou com o vice-presidente da Associação Industrial do Piauí (AIP), Gilberto Pedrosa, que confirma a informação. “Temos notado a diminuição das indústrias em busca de incentivos fiscais no Piauí e empresas querendo terrenos nos nossos distritos industriais. O governo tem que tentar parar isso agora, oferecendo um melhor ambiente para o desenvolvimento do setor”, disse.
Gilberto Pedrosa: Piauí carece de estrutura adequada
Gilberto pedrosa enumera os problemas enfrentados no estado. “Aqui os distritos industriais não têm vias pavimentadas, problemas com abastecimento de água, energia elétrica e o pior de tudo é internet, que é de péssima qualidade, não tem como uma empresa funcionar sem internet boa. No Maranhão não há esse problema, eles oferecem tudo para que as indústrias se instalem, atendem todas as demandas”, afirmou.
CROWN TEVE QUE ‘COMPRAR’ ENERGIA PARA SE INSTALAR
Crown Embalagens, uma indústria especializada na fabricação de latas de alumínios para cervejas, refrigerantes, sucos e chás, localizada no Polo Industrial Norte, na região da Grande Santa Maria, que fez um investimento de cerca de R$ 250 milhões para instalação no Piauí, teve que puxar energia diretamente da Chesf para iniciar as operações.
Crown precisou de energia ‘arrajada’ da Chesf
Uma subestação própria deve ser construída, e ainda precisarão pagar a Eletrobrás, devido ao monopólio de energia elétrica. Se não fosse essas ações, a empresa ainda demoraria a começar a funcionar, pois, como aconteceu com um empresário do Polo Industrial Sul, que solicitou durante seis meses a instalação da rede elétrica da sua indústria, mas só começou a operar pois ‘puxou’ energia de uma empresa vizinha.
EXPANSÃO PARA TIMON
Várias empresas piauienses já possuem unidades no Maranhão, em especial Timon, que apesar de ser uma cidade que fica ao lado de Teresina, de onde praticamente é dependente, possui fornecimento de energia melhor, que é feito pela Cemar.
Entre as empresas já que possuem unidades em Timon, mas que pretendem continuar expandindo, está o grupo Ferronorte, que possui além do comércio, indústria, a Telanorte e a metalúrgica.
A empresa teria investido milhões em equipamentos para aumentar sua produtividade, mas devido a problemas com energia elétrica tiveram que ficar paradas.
Ferronorte investiu em máquinas, mas não há energia suficiente
Outra empresa que visa negócios no Maranhão e a Telhas Mafrense, um empresa que já recebeu vários prêmios pela qualidade dos produtos, mas que devidos as dificuldades em terras piauienses procura expandir seus negócios.
Telhas Mafrense quer ampliar negócios: falta estrutura
A empresa do ramo de carrocerias, Mafrense, que não tem ligações com a empresa anterior, também pretende ampliar para o Maranhão pelas melhores condições oferecidas no estado.
Carrocerias Mafrense deve ir para o Maranhão também
CONHEÇA A CEMAR
A Companhia Energética do Maranhão, única distribuidora de energia do estado, possui quatro unidades de negócios, distribuídas nas cidades de São Luís, Bacabal, Timon e Imperatriz, atendendo cerca 1.8 milhão de clientesem seus 217 municípios.
Após dois anos sob intervenção da ANEEL, em 30 de abril de 2004, o controle acionário da Cemar foi transferido à SVM Participações e Empreendimentos Ltda - companhia controlada por fundos de private equity da GP Investimentos. Como parte do processo de reestruturação financeira da CEMAR, em abril de 2006, o controle acionário da empresa passou para a Equatorial Energia, primeira empresa com ações negociadas na Bolsa de Valores de São Paulo, com sede em São Luís-MA. A Equatorial Energia tem como principal estratégia a expansão de sua operação de distribuição de energia nas regiões Norte, Nordeste e Centro-Oeste.
O PARAÍSO INDUSTRIAL EM TIMON
Foi lançado na cidade o Condomínio Empresarial, onde a administração conseguiu viabilizar parcerias pública com o Governo do Estado e iniciativa privada, com quase uma centena de pequenos, médios e grandes empresários, decididos a investir em Timon.
Condomínio Empresarial em Timon
O lugar que contará com internet em fibra ótica, balança eletrônica, energia abundante, e todo um conjunto de equipamentos além da posição estratégica entre a BR 316, a estrada de ferro e em frente ao aeroporto de Timon. Mais de 100 empresas se instalarão ali.
ELETROBRAS NÃO DÁ CONTA
Esse é um problema que já virou parte do cotidiano do piauiense: falta de energia. Quando começar a ventar para chover, todo mundo já sabe o que acontece em seguida. Às vezes nem precisa acontecer algum fenômeno da natureza para isso acontecer. O pior que isso atrapalha de forma significativa o funcionamento das empresas, tendo em vista a dependência de energia para executar as atividades. Quando falta energia uma série de prejuízos é desencadeada. Um exemplo prático acontece na sede do 180graus, onde na região falta energia quase que diariamente. Imagina o que acontece em empresas de grande porte, indústrias, principalmente de alimentos. Se a Eletrobras não iniciar uma revolução na melhoria da sua distribuição, vai ser complicado o estado crescer.
AINDA HÁ ESPERANÇA
Mas o grande responsável pelos problemas elétricos é o Governo Federal. Neste contexto o Maranhão está realmente bem, afinal o Ministro de Minas e Energias é o maranhense Edison Lobão, e o Piauí continua esquecido.
O novo governador do Piauí, Zé Filho (PMDB), é do setor industrial, foi até presidente da Federação das Indústrias do Estado do Piauí (Fiepi) e espera-se que o setor comece a andar na sua curta gestão. "Não é possível mais a Eletrobras manter o serviço ineficiente de energia elétrica no Piauí, por que isso está até impedindo que empresas se instalem no Estado e estão precisando se estabelecer no Maranhão", disse certa vez. O novo governador do estado terá um grande desafio, que é recuperar o tempo perdido.
A insegurança da instabilidade elétrica no Piauí é o preço que o desenvolvimento do estado vai pagando.
Fonte: 180 Graus/Publicado Por: Jhone Sousa