Autor da postagem do vídeo reclama de ação da polícia. Corregedoria vai apurar caso.
Um vídeo divulgado na internet no início desta semana tem gerado
polêmica nas redes sociais. Policiais militares do Piauí aparecem
colocando adolescentes em fila indiana e proferindo ameças. Os jovens
teriam ido ao enterro de um colega morto durante tentativa de assalto a
casa de um PM, na zona Sul de Teresina (PI).
"Vocês estão assistindo muito filme, os senhores. (...) Vou torar o
c* de vocês com uma pedra bem grande. Não procure entrar na casa de um
'polícia', ou na minha casa", diz uma das vozes no vídeo. "Se fosse por
mim, senhores, não estaria nenhum dos senhores na rua".
"Ele
tá passando mal, 07", diz outra pessoa, usando termos que se tornaram
populares após o filme Tropa de Elite. Depois, uma homem deixa a voz
mais fina e diz: "Eu vou desmaiar, eu vou desmaiar, seu 07...".
Mais
adiante, um outro diz "Se pisar na bola vai cair é pau. Os senhores
estão ouvindo?". Os jovens são cobrados a dizer "Sim, senhor" em tom
mais alto. Com os braços para trás, os adolescentes são ordenados para
sentarem.
O vídeo foi postado no canal "A
Irmandade correria", o mesmo grupo de rap que se viu em uma polêmica no
ano passado, após lançar uma música que citava o nome de policiais e
mencionava a existência de "marginais fardados" na PM.
A descrição do vídeo no Youtube diz,Ipsis litteris:
"No enterro do irmão a Pm e o Ronda cidadão querendo se aparecer sem
ver pra que sem motivo algum ao em vês de respeita o momento dando a
segurança pra gente pra familia do irmao pelo o contrario eles estavam
desrespeitando o povo,pais,familias e conhecidos que estavam na quele
momento que onda em,eles acham que podem fazer o que eles quiseram por
que são policiais e na verdade eles estão criando mas violência nas
nossas comunidade por que se fosse um filho de um rico de um burgues eu
duvido".
O tenente-coronel Ricardo Lima, da
Corregedoria da Polícia Militar, informou que uma sindicância será
instaurada e as imagens serão analisadas para apurar se houve mesmo
excesso. "Nós não podemos coadunar com abuso. Vamos detectar se em
determinado momento esses militares cometeram abuso de autoridade",
declarou ao Cidadeverde.com.
Perguntado sobre a frase que insinua tortura, atribuída a um PM, o coronel declarou que é uma "expressão totalmente equivocada".
Fábio Lima
fabiolima@cidadeverde.com