urados conversam por cinco minutos com um programa de computador e acreditam tratar-se de um adolescente ucraniano de 13 anos
Robô Eugene Goostman passou no Teste de Turing
(Reprodução)
Um programa de computador desenvolvido por cientistas da Rússia
passou nesse sábado pelo
Teste de Turing, célebre avaliação de inteligência artificial criada pelo matemático britânico Alan Turing. Neste exame, um júri tenta distinguir humanos de máquinas em cinco minutos de conversa por escrito. Considera-se bem sucedida a rotina que conseguir enganar pelo menos 30% dos jurados. A rotina criada pelos russos convenceu 33% da comissão de avaliadores de que estavam conversando, não com uma máquina, mas com um adolescente ucraniano chamado Eugene Goostman.
O teste foi foi organizado por acadêmicos da Universidade de Reading,
na Grã-Bretanha, e
aplicado na Royal Society, em Londres. Segundo os britânicos, esta é a primeira vez que um computador consegue passar no Teste de Turing a partir de questões que não foram pré-definidas. Antes dos russos, outros programadores já haviam reivindicado sucesso em testes de inteligência artificial, mas com rotinas baseadas em roteiros pré-definidos. É o caso de um robô criado por acadêmicos da Universidade de Austin, nos Estados Unidos, que podia simular com sucesso as reações de um jogador a uma partida on-line.
O programa dos russos começou a ser desenvolvido em 2001, e uma versão dele pode ser
acessada on-line. O software tenta se fazer passar por um garoto de 13 anos nascido em Odessa, na Ucrânia. "Gastamos a maior parte do nosso tempo criando um personagem com uma personalidade verossímil", explicou Vladimir Veselov, um dos desenvolvedores do programa, ao jornal britânico Independent.
O teste realizado na Royal Society contou com a participação de cinco
programadores de
diferentes partes do mundo, que submeteram ao teste softwares desenvolvidos por eles. Estavam no júri o ator Robert Llewellyn e o parlamentar britânico Lord Sharkey, responsável pela campanha de perdão póstumo ao matemático Alan Turing, que foi condenado e submetido à castração química ao assumir a sua homossexualidade, em 1952.
Alerta — Para Kevin Warwick, professor da
Universidade de Reading e pesquisador da
Universidade Coventry, na Grã-Bretanha, o sucesso do programa diante do Teste de Turing deve servir de alerta à comunidade científica. "Quando uma máquina consegue enganar humanos e fingir ser uma pessoa, a sociedade fica mais vulnerável a cibercrimes", diz o acadêmico.
Fonte: Veja
|