08/06/2014

Software encarna adolescente e passa no Teste de Turing

urados conversam por cinco minutos com um programa de computador e acreditam tratar-se de um adolescente ucraniano de 13 anos

Robô Eugene Goostman passou no Teste de Turing (Reprodução)
Um programa de computador desenvolvido por cientistas da Rússia passou nesse sábado pelo 
Teste de Turing, célebre avaliação de inteligência artificial criada pelo matemático britânico 
Alan Turing. Neste exame, um júri tenta distinguir humanos de máquinas em cinco minutos de conversa por escrito. Considera-se bem sucedida a rotina que conseguir enganar pelo menos 30% 
dos jurados. A rotina criada pelos russos convenceu 33% da comissão de avaliadores de que 
estavam conversando, não com uma máquina, mas com um adolescente ucraniano chamado 
Eugene Goostman.


O teste foi foi organizado por acadêmicos da Universidade de Reading, na Grã-Bretanha, e 
aplicado na Royal Society, em Londres. Segundo os britânicos, esta é a primeira vez que 
um computador consegue passar no Teste de Turing a partir de questões que não foram 
pré-definidas. Antes dos russos, outros programadores já haviam reivindicado sucesso em 
testes de inteligência artificial, mas com rotinas baseadas em roteiros pré-definidos. É o caso de 
um robô criado por acadêmicos da Universidade de Austin, nos Estados Unidos, que podia 
simular com sucesso as reações de um jogador a uma partida on-line.

O programa dos russos começou a ser desenvolvido em 2001, e uma versão dele pode ser 
acessada on-line. O software tenta se fazer passar por um garoto de 13 anos nascido em Odessa, 
na Ucrânia. "Gastamos a maior parte do nosso tempo criando um personagem com uma personalidade verossímil", explicou Vladimir Veselov, um dos desenvolvedores do programa, ao 
jornal britânico Independent

O teste realizado na Royal Society contou com a participação de cinco programadores de 
diferentes partes do mundo, que submeteram ao teste softwares desenvolvidos por eles. Estavam 
no júri o ator Robert Llewellyn e o parlamentar britânico Lord Sharkey, responsável pela campanha 
de perdão póstumo ao matemático Alan Turing, que foi condenado e submetido à castração 
química ao assumir a sua homossexualidade, em 1952. 

Alerta — Para Kevin Warwick, professor da Universidade de Reading e pesquisador da 
Universidade Coventry, na Grã-Bretanha, o sucesso do programa diante do Teste de Turing 
deve servir de alerta à comunidade científica. "Quando uma máquina consegue enganar humanos 
e fingir ser uma pessoa, a sociedade fica mais vulnerável a cibercrimes", diz o acadêmico.

Fonte: Veja

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