Família tinha boa relação com assassino e se negou a assinar documento para tirá-lo da comunidade
Muita comoção, dor e lágrimas marcaram a manhã desta
sexta-feira (31) no Instituto Médico Legal em Teresina, devido à espera pela
liberação dos corpos das vítimas da chacina ocorrida na tarde de ontem, no
povoado Palmeira de Cima, em São Miguel do Tapuio, a 279 km da capital. Clewilson Vieira, 34 anos, matou cinco
pessoas, entre elas a própria esposa. Ele é conhecido no povoado como Chiê.
Foto: Jailson Soares/ODIA
Antonio Carvalho, desolado com a morte do filho Sidney Tavares, de 18 anos
Poucos familiares quiseram falar com a imprensa, mas Antonio
Carvalho, pai do jovem Sidney
Tavares, de 18 anos, falou sobre o filho e lembrou a boa relação que
mantinha com o assassino, vizinho da família. “Ele nunca apresentou um
comportamento anormal. Havia mesmo um abaixo assinado para tirar da comunidade,
mas eu nem compartilhei disso porque não via nenhum problema com ele. Já tinha
ouvido sobre envolvimento com algumas coisas, mas com a gente ele era
prestativo”, conta Antonio.
Bastante abalado, o
homem ainda falou sobre o filho, que nunca tinha se envolvido em confusão. “Toda
tarde ele fazia o mesmo percurso de deixar a esposa na escola. Era um menino
estudioso e me ajuda na lavoura”, disse o pai da vítima.
Sidney foi a terceira
pessoa assassinada por Clewilson, que há poucos minutos já havia matado a esposa, Maria
Moreira e o professor de informática, Roberto Crisóstomo. A
quarta vítima da chacina foi o líder comunitário Juvêncio dos Reis da Silva, que estava sentado à mesa
da sua casa aguardando para almoçar. Por último, Chiê matou o comerciante Claúdio Barros Oliveira e fugiu. Ele
ainda teria ameaçado retornar ao povoado para matar outras pessoas.
A
irmã do professor Roberto, Fernanda Oliveira, que é da cidade de
Crateús, no Ceará, espera a liberação do corpo para levá-lo àquele
estado. “A família foi pega de surpresa e está em choque”, disse.
A previsão é de que todos os corpos sejam liberados no início da tarde de hoje, enquanto a polícia continua fazendo buscas pelo assassino. Acredita-se que Chiê ainda esteja na região de São Miguel do Tapuio, escondido em uma mata já conhecida por ele, que é caçador. O temor da população de Palmeira de Cima é grande, por isso o movimento de policiais no local é intenso.
Fonte: ODIA/Por: Nayara Felizardo, com informações de Maria Clara Estrêla (estagiária)