Em Santa Rosa do Purus, no Acre, famílias receberam, em setembro, o maior valor médio do benefício: 364,84 reais; mas nem assim elegeram Dilma
Luís Lima
Canoas indígenas no porto da Aldeia Nova Aliança, em Santa Rosa do Purus, no Acre
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Para o cientista social e mestre em Direito Comparado pela Sorbonne, Rafael Wowk, a votação tampouco causa estranhamento. “Vincular o recebimento do programa ao voto no PT vai de encontro à ideia geral da iniciativa, que é dar autonomia às pessoas, inclusive, para votar em quem quiser”, ponderou. Em Santa Rosa do Purus, em 2010, Dilma havia ficado em terceiro lugar na preferência do eleitorado local, atrás de José Serra e Marina Silva.
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“Votei na Marina, porque ela é acreana batalhadora e guerreira. Ela
olha mais para o nosso estado do que os outros candidatos”, afirmou
José Osório, morador de Santa Rosa dos Purus há cinco anos.Osório conta que grande parte da população da cidade trabalha na prefeitura, e outra parte depende de iniciativas do governo, como o Bolsa. “A prefeitura não dá conta de empregar a todos. Então, ou você trabalha no mercado de alimentos, e não ganha nem um salário mínimo, ou você apela para a ajuda governamental”, afirma. A cidade conta com um grande número de indígenas das tribos Kaxinawá e Kulina. Para Osório, este é outro fator que chama votos para a candidata socialista. “A Marina apoia causas pró-indígenas, como a demarcação de terras. E isso motiva essa população a votar nela.”
O desempenho de Marina no Acre, no entanto, não é unanimidade. Dos 22 municípios, Dilma teve maioria dos votos em dez, Aécio em sete e Marina, em cinco. A ex-senadora só ganhou na contagem estadual porque uma das cidades onde venceu é Rio Branco, a capital, que também é a mais populosa do estado, com 360 mil habitantes. “Muita gente votou em Dilma, inclusive eu, pois ela representa a continuidade de programas sociais fundamentais ao desenvolvimento de regiões carentes, como o Norte”, afirmou Franklin Sales, um dos fundadores de Santa Rosa do Purus.
O menor benefício pago pelo Bolsa Família em setembro foi para as três famílias beneficiárias da cidade de Alto Feliz, no Rio Grande do Sul. O montante foi de 86 reais para cada uma, segundo o Ministério.
Fonte: Veja