O horário eleitoral no Brasil muitas vezes parece um festival de bizarrices, com candidatos que se dispõem a tudo para chamar a atenção do eleitor. Talvez o mais conhecido seja o humorista Tiririca, que investiu em sua campanha satirizando nomes como Roberto Carlos e Pelé. Membro do PR, ele foi eleito como deputado federal em SP com a segunda maior votação: mais de 1 milhão de votos.
Nas redes sociais, Tiririca agradeceu e afirmou que neste ano “fez valer o voto consciente”.
O que poucos sabem, no entanto, é que a votação expressiva do humorista ajudou a “puxar” outros dois candidatos do PR paulista, sendo um deles o Capitão Augusto, presidente-fundador do chamado Partido Militar Brasileiro (PMB) - que pretende se formar no Brasil com integrantes defendendo a pena de morte, o uso da força policial e a redução da maioridade penal.
O fato é que eleitores desinformados que escolheram o humorista como “um voto de protesto”, acabaram elegendo também uma figura conservadora, como descreveu um colega nessa matéria.
Mas Tiririca à parte, outros candidatos também usaram recursos “excêntricos” para atrair a atenção dos eleitores, seja por um nome diferente ou por usar elementos curiosos em sua campanha. A maioria deles, no entanto, não teve o mesmo êxito do humorista. Relembre abaixo algumas figuras noticiadas no Terra que se candidataram nestas eleições, mas que não conseguiram alavancar na carreira política.
1. Paulo Batista, o homem do raio privatizador e da maconha falante
Candidato a deputado estadual em São Paulo pelo PRP, Paulo Batista publicou em seu canal do Youtube vários vídeos para divulgar sua campanha. Até aí tudo bem, o "diferente" é que o paulista usou elementos como um cigarro de maconha que tenta levar jovens para "o mau caminho", além de aparecer como um super-herói que tem como poder um "raio privatizador".
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Paulo Batista teve 16.853 votos.
2. Nem milagre salvou Jesus
Com o apelido Jesus, Pedro Renan de Oliveira Lima se candidatou a deputado estadual em Pernambuco, pelo PMN.
Ele teve 3.528 votos.
3. Chupa Cabra virou lenda também na política
Edivaldo Moura Pereira se candidatou ao cargo de deputado estadual no Rio de Janeiro, pelo PRP, usando o apelido Chupa Cabra.
Chupa Cabra obteve 2.274 votos.
4. Clark Crente e a luta contra a urna
Ewerson Silva se candidatou ao cargo de deputado estadual no Paraná pelo PSC. Em sua campanha, ele usou o nome Clark Crente, que ele contou ao Terra que foi criado por amigos da igreja.
Clark Crente recebeu 2.214 votos.
5. Alceu Dispor, mas cadê meu voto?
O professor Alceu Totti decidiu fazer um trocadilho com seu nome e usar nas urnas o apelido Alceu Dispor. Ele se candidatou a deputado estadual no Rio de Janeiro, pelo PPL.
Alceu Dispor recebeu 1.044 votos.
6. Toninho do Diabo e seu resultado infernal
Toninho do Diabo se candidatou a deputado federal em São Paulo pelo Solidariedade. Conhecido no meio artístico paulistano, ele se identifica como “discípulo do diabo” e tem apresentação pessoal que lembra o personagem Zé do Caixão, de José Mojica Marins.
Toninho teve 919 votos.
7. Batman e a volta para VitóriaCity
Arquires de Souza Ferreira, o Batman Capixaba, se
candidatou ao cargo de deputado estadual no Espírito Santo, pelo PRP.
Ele é conhecido na Região Metropolitana de Vitória como Batman Capixaba,
já que costuma circular com uma fantasia do super-herói e usar acessórios como uma bicicleta customizada, chamada “bike móvel”.
Ele recebeu 697 votos.
8. Dengue e a extinção da Assembléia
Nancildo Luiz da Silva usou o apelido Dengue
para destacar aos eleitores que ajudaria a combater a doença. Ele se
candidatou a deputado estadual em Pernambuco, pelo PMN.
Dengue recebeu 645 votos.
9. Vovó Equilibrista na corda bamba
Amélia Rosa do Nascimento, a Vovó Equilibrista, se
candidatou a deputada federal pelo PMDB em São Paulo. Nos breves
segundos de sua propaganda eleitoral, ela usou um copo para mostrar como pretendia equilibrar saúde e educação.
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Vovó Equilibrista recebeu 257 votos.
Fonte: Terra