29/10/2014

Professor explica sobre uso da nova ortografia durante a redação do Enem

Profissional alerta estudantes para erros que podem comprometer conteúdo. Edição 2014 não cobrará novo acordo e as duas grafias podem ser usadas.

Muitos estudantes ainda têm dúvidas sobre como escrever uma boa redação e entre as incertezas está a nova regra ortográfica. A mudança na escrita de algumas palavras ainda é motivo de insegurança de boa parte dos estudantes. Faltando menos de duas semanas para o Exame Nacional do Ensino Médio (Enem), o G1 procurou um professor para esclarecer as dúvidas dos candidatos. Segundo João de Andrade Júnior, os estudantes não precisam ficar inseguros quanto às mudanças, pois o uso obrigatório das novas regras só será cobrado a partir de 2016 e até lá as duas grafias podem ser usadas.

Professor destacou sobre os cuidados com a nova ortografia durante a redação (Foto: Gustavo Almeida/G1)

No entanto, o professor alerta que os candidatos devem escolher uma das grafias para ser usada na redação, evitando o uso das duas no mesmo texto. “Se ele não tem segurança em usar a nova regra ele pode usar as regras antigas, o que não é interessante é a concomitância”, disse João de Andrade. O professor ressalta que é interessante os alunos já passarem a conhecer a nova regra, para não encontrar dificuldades quando ela se tornar obrigatória. “O bom é que o aluno conheça logo a nova regra para saber o que se pode acentuar, o que não pode, o uso de hífen, enfim”, disse.

O professor chama atenção para a qualidade da escrita na redação do Enem. Ele destaca que muitos jovens fazem parte de uma geração fruto da internet e das redes sociais, onde costumam usar uma linguagem simplificada para se comunicar. “Eles usam um ‘vc’, colocam um não com apenas o ‘n’, então já cria uma linguagem entrecortada que é perigosa. E de repente, por uma questão de hábito, você termina passando isso para uma redação”, alertou.

João Andrade destaca que no Enem a linguagem tem que ser formal e os alunos precisam escrever as palavras por inteiro. O professor pede atenção dos estudantes quanto a pequenos erros ortográficos e destaca que quando estes alteram o sentido de uma frase, podem se tornar prejudiciais. “Se você erra a escrita de uma palavra que não tem uma outra correlativa, passa a ser um erro básico de grafia. Mas se ao invés de você escrever 'descrição' você escreve 'discrição', então você altera o sentido da frase”, explicou o professor.

Ele lembra que os erros mais comuns e que tiram pontos do candidato são justamente aqueles que afetam o conteúdo, como erros de regência, de concordância, colocação de pronomes e até mesmo de pontuação. Segundo o professor, é importante que o estudante seja um bom leitor e assim consiga entender textos. Ele conta que em uma redação é analisada a habilidade e o conhecimento do candidato em língua portuguesa. “As regras gramaticais são visivelmente observadas pelo avaliador. Ilude-se o aluno que acha que não precisa estudar gramática com afinco”, disse.

Em relação à estrutura da redação, o professor lembra que ela deve ser composta por uma introdução, um desenvolvimento e uma conclusão. Ele destaca que tudo isso precisa ser comportado em apenas trinta linhas e, portanto, o aluno não pode fazer uma introdução muito grande. “O primeiro passo é o aluno saber essa noção de partes e antes de tudo precisa planejar para conseguir comportar essa estrutura dentro de trinta linhas”, explicou.

Para docente, erros que alteram sentido da frase são os mais graves (Foto: Gustavo Almeida/G1)

Ele lembra que o estudante precisa ser sintético e objetivo nos parágrafos, evitando ficar dando voltas. O professor destaca que entre cada parágrafo o estudante deve usar conectivos para ligar uma ideia a outra. “São os chamados elementos de coesão que vão amarrar uma ideia a outra, como o 'além disso', o 'portanto', o 'também' e outros”, disse Andrade esclarecendo que dessa forma o aluno pode ligar as ideias sem precisar repeti-las.

O professor tranquiliza os estudantes lembrando que o mais importante é a redação ser bem estruturada e ter um conteúdo sóbrio. “Não precisa ser algo de outro planeta ou uma redação que vá surpreender especialistas, porque todos sabem que ali está um aluno de nível médio escrevendo”, salientou. Para ele, o texto precisa ser coerente com o que foi traçado na introdução, com uma linguagem adequada a ideia principal do começo ao fim.

João de Andrade chama a atenção dos estudantes para a conclusão da redação. Segundo ele, o candidato precisa formular uma síntese do que foi apresentado e trazer uma proposta de intervenção. O professor lembra que no Enem a redação aborda sempre uma temática problema. “É exigência que ele formule uma proposta de intervenção, propondo o que fazer para mudar, como fazer e quem vai fazer”, explicou o professor. Ele orienta que os candidatos mantenham foco no governo, na sociedade, no cidadão, no papel da mídia, nos profissionais liberais e no quanto esses grupos poderão agir para mudar o contexto apresentado.

Fonte: G1

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