presidente Dilma Rousseff anunciou nesta quinta-feira os nomes de Joaquim Levy para o Ministério da Fazenda e de Nelson Barbosa
para o Ministério do Planejamento. Os dois já integraram equipes
econômicas em governos petistas e vão substituir Guido Mantega e Miriam
Belchior, respectivamente. Alexandre Tombini continuará na presidência
do Banco Central.
A nota com a confirmação dos três nomes foi lida pelo
porta-voz da Presidência e ministro da Secretaria de Comunicação Social,
Thomas Traumann. O texto diz que Mantega e Miriam permanecerão nos
cargos durante a transição e formação de novas equipes.
O anúncio acontece após uma semana de expectativa. O
mercado financeiro esperava a formalização dos nomes na última sexta,
mas a Presidência da República adiou a confirmação.
Joaquim Levy será o terceiro ministro da Fazenda de
governos petistas. Guido Mantega está no cargo desde 2006, fim do
primeiro mandato do governo Lula, em substituição a Antonio Palocci.
Dilma agradeceu a Mantega, "o mais longevo ministro da Fazenda do
período democrático". "Em seus 12 anos de governo, Mantega teve papel
fundamental no enfrentamento da crise econômica internacional,
priorizando a geração de empregos e a melhoria de renda da população",
diz a nota. O texto também agradece Miriam Belchior pelo seu trabalho no
andamento de obras do Programa de Aceleração do Crescimento (PAC) e da
gestão do Orçamento.
om a escolha, o Palácio do Planalto busca retomar a
confiança da política econômica e fazer ajustes nas contas públicas. O
nome é criticado por setores do PT por representar uma política de
austeridade financeira depois de uma intensa campanha eleitoral na qual
Dilma Rousseff defendeu políticas de esquerda.
Para assumir a Fazenda, Levy deixará o cargo de
diretor-superintendente do Bradesco Asset Management, braço da gestão de
recursos do banco. O presidente do Bradesco, Luiz Carlos Trabuco,
chegou a ser convidado para assumir o cargo, mas recusou.
Joaquim Levy foi secretario do Tesouro Nacional durante a
gestão de Antônio Palocci na Fazenda. O nome de Levy é mais simpático
ao mercado, que via com desconfiança os rumos da política econômica de
Dilma Rousseff.
Nascido em 1961 no Rio de Janeiro, Levy é formado em
Engenharia Naval e fez doutorado em Economia pela Universidade de
Chicago em 1992. Ele trabalhou no Fundo Monetário Internacional (FMI)
entre 1992 e 1999, onde ocupou cargos em diferentes departamentos.
No ano de 2000, durante o governo Fernando Henrique
Cardoso, Joaquim Levy foi secretário-adjunto de Política Econômica do
Ministério da Fazenda e, em 2011, economista-chefe do Ministério do
Planejamento. Em janeiro de 2003, no início do governo Luiz Inácio Lula
da Silva, foi levado ao Tesouro Nacional.
Fonte: Terra/Fernando Diniz Direto de Brasília