Todos os anos no dia 02 de novembro, há um grande movimento de pessoas nos cemitérios de Parnaíba, assim como acontece em todo o Brasil. Gente de todas partes, independente da classe social, vão neste dia ao cemitério, visitar os túmulos de seus entes queridos. Onde lá, prestam suas homenagens e fazem suas orações. Acendem velas, rezam o terço, cantam hinos a Deus, etc. Isto faz parte da nossa cultura assim como o comércio de coroas de flores, que artesãos vendem na frente dos cemitérios, para complementar suas rendas. No dia de finados, do contrário do que se pode pensar, não parece haver tanta tristeza. E sim, além de todo aquele alvoroço de entra e sai nos cemitérios e do vendedores, negociando suas flores e velas, há sobre tudo, um ânimo uma gratidão pela vida. Que neste dia, pode ter o seu valor melhor refletido por todos nós. Pois teremos inevitavelmente o mesmo destino dos nossos irmãos que partiram.
Desde o século II, alguns cristãos rezavam pelos falecidos, visitando os túmulos dos mártires para rezar pelos que morreram. No século V, a Igreja dedicava um dia do ano para rezar por todos os mortos, pelos quais ninguém rezava e dos quais ninguém lembrava. Também o abade de Cluny, Santo Odilon, em 998 pedia aos monges que orassem pelos mortos. Desde o século XI os Papas Silvestre II (1009), João XVII (1009) e Leão IX (1015) obrigam a comunidade a dedicar um dia aos mortos. No século XIII esse dia anual passa a ser comemorado em 2 de novembro, porque 1 de novembro é a Festa de Todos os Santos. A doutrina católica evoca algumas passagens bíblicas para fundamentar sua posição (cf. Tobias 12,12; Jó 1,18-20; Mt 12,32 e II Macabeus 12,43-46), e se apóia em uma prática de quase dois mil anos1 .
Dia de Finados em Guanajuato, México
Segundo León Denis2 , o estabelecimento de uma data específica para a comemoração dos mortos é uma iniciativa dos druidas, pessoas encarregadas das tarefas de aconselhamento, ensino, jurídicas e filosóficas dentro da sociedade celta, que acreditavam nacontinuação da existência depois da morte. Reuniam-se nos lares, e não nos cemitérios, no primeiro dia de novembro, para homenagear e evocar os mortos.
Imagens: Renato Farias/Edição/ Jocelio Costa