Banco alega que o Estado não prestou contas do recurso já liberado.
O
Tribunal de Justiça do Piauí, por meio do desembargador José Ribamar
Oliveira, concedeu na manhã de hoje (14) liminar que obriga o Banco do
Brasil a liberar recurso de empréstimo no valor de R$ 69 milhões ao
Governo do Piauí. Esse recurso é a última parcela de um empréstimo no
valor de R$ 600 milhões que o Estado contraiu junto a um banco na Suíça,
em 2013, para a execução de obras de infraestrutura.
Como o empréstimo foi concedido por um
banco internacional, a União atua como avalista e o Banco do Brasil é o
medidor financeiro responsável por repassar o dinheiro para o Governo do
Piauí. Mas nos últimos meses, o banco brasileiro tem se negado a
liberar o dinheiro alegando que o Estado não prestou contas do que já
foi gasto.
O Governo do Piauí conseguiu
anteriormente a liberação do valor de R$ 231 milhões do total do
empréstimo, mas os R$ 69 milhões haviam sido bloqueados desde meados de
agosto. Na ação impetrada no Tribunal de Justiça, o Estado alega que nos
últimos meses foi obrigado a cobrir R$ 30 milhões em despesas que
seriam pagas com o dinheiro do empréstimos. Com essa medida, ficou
faltando dinheiro para cumprir o pagamento de credores do Estado levando
a situação de caos financeiro em que se encontra a atual administração.
O pedido de liminar do Governo do Estado
havia sido negado em primeira instância pelo juiz Aderson Nogueira da
1º Vara da Fazenda Pública de Teresina. Na decisão, o magistrado afirmou
que o recurso não poderia ser liberado já que o Estado não prestou
contas e deixou de comprovar a conclusão de obras a que a primeira
parcela de R$ 231 milhões teria sido liberada, entre outras
irregularidades. O Estado recorreu e conseguiu no TJ-PI liminar que
obriga o banco a desbloquear o recurso.
Em entrevista ao jornal O DIA, o
desembargador José Ribamar Oliveira, que concedeu liminar favorável ao
Estado, explicou que sua decisão foi baseada em uma questão de segurança
pública. José Ribamar afirma que caso o recurso não fosse liberado
poderia haver o agravamento da atual crise e os servidores do Estado
poderiam ser prejudicados com atraso de salários.
“Entendemos que esta é uma questão de
dignidade da pessoa humana. O Estado vive uma situação que os hospitais
não conseguem nem realizar uma cirurgia. A segurança está um caos. Esse
dinheiro é importante para que a máquina pública não pare”, explicou.
Com a decisão do magistrado, o Banco do
Brasil é obrigado a liberar de forma imediata o recurso. O jornal O DIA
procurou o banco, mas a assessoria informou que a instituição só irá se
pronunciar na Justiça.