05/11/2014

Ministério Público denuncia Adriano por tráfico de drogas

Em julho de 2008, logo após voltar ao Brasil para defender o São Paulo, o craque deu de presente uma moto para o chefão do Morro da Chatuba

Leslie Leitão, do Rio de Janeiro
Adriano, em uma de suas fotos mais recentes, nas redes sociais
Adriano, em uma de suas fotos mais recentes, nas redes sociais. Fora de forma, ele é visto em festas com frequência (Reprodução/Instagram)

O Ministério Público Estadual do Rio de Janeiro denunciou, na tarde desta terça-feira, o atacante Adriano, o Imperador, pelos crimes de tráfico de drogas e associação para o tráfico. Em julho de 2008, logo após voltar ao Brasil para defender o São Paulo, o craque deu de presente uma moto para o chefão do Morro da Chatuba, no Complexo da Penha, Paulo Rogério de Souza Paz, conhecido como Mica. Agora, o juiz da 29ª Vara Criminal é quem vai decidir se aceita a denúncia. Se isso acontecer, Adriano poderá ser condenado a até 15 anos de prisão.

A moto, modelo Hornet 600, foi comprada em uma loja no bairro de Vicente de Carvalho, na Zona Norte, por 35 000 reais. Na verdade, o jogador adquiriu duas: uma ficou com ele em São Paulo, e a outra foi colocada em nome de Marlene Pereira de Souza, uma senhora analfabeta, que jamais teve carteira de motorista, mas que era mãe do traficante.

Além de Adriano foram denunciados o próprio Mica e um amigo do jogador, Marcos José Oliveira. De acordo com a denúncia do promotor Alexandre Murilo Graça, foi Marcos que, "sob as ordens e de posse dos documentos pessoais e de um cartão de crédito do primeiro denunciado (Adriano Leite Ribeiro) foi até a empresa Motocar – Moto Carioca Ltda, localizada na Rua Intendente Magalhães, nº 739, em Vicente de Carvalho, local onde adquiriu duas motocicletas Honda, modelo CB600 (uma na cor preta e outra na cor vermelha, numa clara alusão ao clube de preferência do 1º denunciado)", descreve.

O uso frequente de motos por parte de criminosos é base para a denúncia feita pelo MP. "​Os traficantes necessitavam de veículos velozes, em especial motocicletas, pela agilidade no tráfego, que fossem legalizados e não levantassem suspeitas quando transitassem fora das comunidades dominadas pela organização criminosa. Nesse contexto, os denunciados e Paulo Rogério  entabularam a aquisição das motocicletas CB 600, sendo que estas não poderiam ser apreendidas, uma vez que proveniente de valores em tese recebidos de forma lícita pelo primeiro denunciado e com a documentação formalmente regular", descreve o promotor.


Na denúncia, a promotoria diz ainda que o jogador e seu amigo "se associaram aos traficantes em atividade na Vila Cruzeiro, com a finalidade de facilitar o tráfico ilícito de drogas e as atividades afins". Os envolvidos também responderão por falsificação de documentos. O caso, denunciado em 2010 pelo jornal carioca O Dia, foi investigado pela 22ª DP (Penha). Lá, ela disse que emprestou alguns documentos mas não tinha ciência do negócio que estava sendo feito.

Fonte: Veja

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