Em julho de 2008, logo após voltar ao Brasil para defender o São Paulo, o craque deu de presente uma moto para o chefão do Morro da Chatuba
Leslie Leitão, do Rio de Janeiro
Adriano, em uma de suas fotos mais recentes, nas redes
sociais. Fora de forma, ele é visto em festas com frequência
(Reprodução/Instagram)
A moto, modelo Hornet 600, foi comprada em uma loja no bairro de Vicente de Carvalho, na Zona Norte, por 35 000 reais. Na verdade, o jogador adquiriu duas: uma ficou com ele em São Paulo, e a outra foi colocada em nome de Marlene Pereira de Souza, uma senhora analfabeta, que jamais teve carteira de motorista, mas que era mãe do traficante.
Além de Adriano foram denunciados o próprio Mica e um amigo do jogador, Marcos José Oliveira. De acordo com a denúncia do promotor Alexandre Murilo Graça, foi Marcos que, "sob as ordens e de posse dos documentos pessoais e de um cartão de crédito do primeiro denunciado (Adriano Leite Ribeiro) foi até a empresa Motocar – Moto Carioca Ltda, localizada na Rua Intendente Magalhães, nº 739, em Vicente de Carvalho, local onde adquiriu duas motocicletas Honda, modelo CB600 (uma na cor preta e outra na cor vermelha, numa clara alusão ao clube de preferência do 1º denunciado)", descreve.
O uso frequente de motos por parte de criminosos é base para a denúncia feita pelo MP. "Os traficantes necessitavam de veículos velozes, em especial motocicletas, pela agilidade no tráfego, que fossem legalizados e não levantassem suspeitas quando transitassem fora das comunidades dominadas pela organização criminosa. Nesse contexto, os denunciados e Paulo Rogério entabularam a aquisição das motocicletas CB 600, sendo que estas não poderiam ser apreendidas, uma vez que proveniente de valores em tese recebidos de forma lícita pelo primeiro denunciado e com a documentação formalmente regular", descreve o promotor.
Na denúncia, a promotoria diz ainda que o jogador e seu amigo "se associaram aos traficantes em atividade na Vila Cruzeiro, com a finalidade de facilitar o tráfico ilícito de drogas e as atividades afins". Os envolvidos também responderão por falsificação de documentos. O caso, denunciado em 2010 pelo jornal carioca O Dia, foi investigado pela 22ª DP (Penha). Lá, ela disse que emprestou alguns documentos mas não tinha ciência do negócio que estava sendo feito.
Fonte: Veja