Florentino Neto
Caríssimo Prefeito,
Confesso
que até agora não entendi a razão da sua ira contra a minha pessoa, a
quem você se referiu diretamente sexta feira (28), em meio a uma
solenidade de homenagem a um correligionário seu – o deputado estadual
Fábio Novo, que recebia o título de Cidadão Parnaibano, na Câmara
Municipal.
Por
que aquele dedo em riste, a voz alterada e a acusação de ser eu uma
pessoa mal intencionada que vivia nos blogs, portais e outros meios de
comunicação a insuflar o povo contra sua administração? Não, não sou eu
quem está contra você, tampouco contra sua administração. Contrário à
sua gestão talvez esteja a maioria daqueles que estavam na plateia,
puxando o saco e que o aplaudiram após toda aquela verborragia assacada
contra a oposição ao seu medíocre governo. Naquele momento foi ao
orgasmo toda a “petezada” que o senhor sustenta com o nosso dinheiro,
nas têtas da administração municipal. Vaias ou aplausos? Não sei. Ouvi
até gritinhos histéricos.
Já
disseram que você, Florentino, está mais perdido do que cego em
tiroteio. Nem concordo com isso. Mas você está de fato muito ruim de
pontaria, pois errou o alvo quando colocou contra mim toda a sua
artilharia verborrágica, na hora errada e em local errado. Eu estava em
desvantagem, porque ali não poderia revidar. Sequer chama-lo babaca
poderia, em respeito ao parlamento.
Ao
se referir às obras da Praça da Santa Casa e ao novo troca-troca, que
hoje são a menina dos seus olhos, você falou das pessoas que não
acreditavam que a “revolução” que o senhor acredita estar fazendo,
pudesse acontecer. “Tem um aqui, né Miguel (dirigindo-se ao advogado
Miguel Bezerra), mas vai ter que engolir”- disse.
Que
coisa pequena, prefeito! Feito político do interior, dessas velhas
lideranças políticas caquéticas, carcomidas, que não sabem que vivemos
em uma democracia e que ela pressupõe a convivência dos contrários. Não
sou obrigado a pensar com a maioria que o senhor acha que se deslumbrou
com a mudança do troca troca e com a reforma que vai ser feita na Praça
da Santa Casa.Ainda vai ser feita.
Não
sou contra nada. Sou um cidadão parnaibano, por força de lei municipal,
uma vez que aqui cheguei em 1970 vindo do Maranhã, estado onde nasci.
Aqui nasceram 3 filhos meus. Aqui estudei e daqui sai para completar
estudos fora e para cá voltei e daqui só sairei quando viajar para o
Oriente Eterno. Enquanto isso, você vai ter que me engolir.
Não
sou contra a sua gestão. Sou ansioso e me angustia ver o senhor fazer
promessas e não cumpri-las. Mal de petista? Não sei. O Senhor, por
exemplo, iniciou o governo falando em implantação em Parnaíba de um VLT –
veículo leve sobre trilho, quando não temos sequer ônibus decentes como
transporte de massa. E sexta feira você veio com outra conversa, de que
vai incentivar o ciclismo, criando ciclovias na cidade. E no início do
seu governo, transformou a secretaria da juventude e esportes em
superintendência. Já anunciou sexta feira que vai transformá-la outra
vez em secretaria. E não é o senhor quem tanto planeja a administração?
Planeja e desplaneja?! São estas coisas que não entendo.
Mesmo
antes de assumir o governo, foi a Sobral, lá onde me habilitei para o
Magistério. O objetivo era visitar o prefeito Clodoveu Arruda, para
aprender como se faz uma administração moderna. Voltou, assumiu o
governo e haja planejamento. Parece não haver aprendido nenhuma lição.
Fez que nem o Mão Santa- lá atrás, que assumiu a prefeitura de Parnaíba,
juntou uma meia dúzia de “amigos”, desses que o senhor possui a quem
prefiro chamar interesseiros, e foi a Caruaru, em Pernambuco, ver como
era a Feira de Caruaru, cantada e decantada na música de Luiz Gonzaga
para fazer uma igual aqui. E fez aquela “feira” na Avenida Capitão
Claro, que depois o repórter Yure Gomes denominou “Feira da Cachaça”.
Era ali, onde este ano o senhor mandou retirar o último trailer, que
vendia não só apenas cachaça mas era ponto de encontro de drogados.
Caro, prefeito! Temos muito a dizer. Mas por hoje chega. Volto depois.
Por Bernardo Silva
Jornalista e Professor
Nossa solidariedade ao colega jornalista Bernardo Silva. PHB em Nota