Associação acha que a campanha do Ministério da Saúde coloca em risco a segurança de profissionais da saúde
A Associação Piauiense de Medicina (Aspimed) entrou ontem (17) com uma ação na Justiça Federal contra o Ministério da Saúde por prevaricação. A Associação alega que uma campanha contra o racismo no sistema de saúde lançada pelo órgão desmoraliza o trabalho dos profissionais da área. Na ação, a Aspimed pede a interrupção de veiculação de todo o material publicitário.
No final de novembro, o MS lançou um vídeo onde afirma que existe racismo no sistema de saúde do Brasil e conclama a população a não se calar diante de atos discriminatórios. Para a Aspimed, que tem o apoio do Conselho Regional de Medicina do Piauí (CRM), o vídeo coloca em risco a segurança de profissionais da saúde em seus postos, podendo gerar tumulto, uma vez que não deixa claro que tipo de ações possam ser consideradas racistas.
De acordo com as entidades médicas, uma vez que o MS afirma ocorrência de racismo na rede pública de saúde e não aplica as sanções necessárias para coibi-lo, está sendo conivente, eximindo-se de utilizar os mecanismos para punir os culpados e, assim, está praticando crime de prevaricação.
O presidente da Aspimed, Elisiário Cardoso Júnior, enfatizou que não se pode deduzir, por exemplo, que a mortalidade de mães e bebês negros seja causada por racismo, pois existem inúmeros fatores envolvidos, independente de ser negro ou não, como um pré-natal mal executado, fatores nutricionais, entre outros. “É irresponsabilidade generalizar, uma vez que a sociedade vem sofrendo com a falta de investimentos corretos em saúde, que deixam de beneficiar a todos, sejam negros, brancos, índios”, disse.
Elisiário Cardoso Júnior, presidente da Aspimed
O Ministério da Saúde informou que não foi notificado ainda de qualquer ação judicial sobre a campanha e que a contestação do Piauí será a primeira.
Veja o vídeo da campanha
Hérlon Moraes (Com informações do CRM)
herlonmoraes@cidadeverde.com