17/12/2014

Vítima mandou mensagem para prima minutos antes de acidente na BR-316

Mensagem foi enviada através de aplicativo no aparelho celular.
Nessa terça (16), pertences foram achados no local do acidente.

Lela, como Flaviana era carinhosamente chamada, respondeu mensagem da prima (Foto: Gustavo Almeida/G1)
Lela, como era carinhosamente chamada, respondeu mensagem da prima (Foto: Gustavo Almeida/G1)

Flaviana da Silva Sousa, uma das vítimas do acidente entre um ônibus da empresa Transbrasiliana e um caminhão-tanque na última segunda-feira (15) na BR-316, mandou uma mensagem para a prima pouco antes da colisão que deixou pelo menos sete mortos. A mensagem em um aplicativo no celular foi enviada as 9h48, cerca de 25 minutos antes do horário que o Grupo Tático Aéreo do Piauí (GTAP) afirma ter sido acionado pelo Corpo de Bombeiros para comparecer ao local da batida.

A vítima havia saído da cidade de Riachão, no interior do Maranhão, na noite do dia anterior com destino a Teresina. Ela tinha ido passar os dias de folga do trabalho com familiares que residem no município maranhense. A prima Rosângela Gomes da Silva, com quem Flaviana passou boa parte do tempo durante o período enviou uma mensagem as 9h36 perguntando se ela já havia chegado. Minutos depois, as 9h48, ela respondeu dizendo que ‘ainda não’. De acordo com o GTAP, a equipe foi acionada precisamente às 10h13, o que presume o horário do acidente como logo após a última comunicação entre as primas.

Até a manhã desta quarta-feira (17), o corpo de Flaviana ainda não havia sido identificado pelo Instituto de Medicina Legal (IML). Material biológico do pai da vítima, do filho dela e do ex-marido foi colhido para a realização de exames de DNA e a previsão é de que o resultado deva sair em no mínimo 30 dias. Sem poder velar o corpo, a angústia dos familiares continua. Na casa da família diversos amigos e parentes não param de chegar.
Parentes vieram do Maranhão dar força aos pais e ao filho de Flaviana (Foto: Gustavo Almeida/G1)Parentes vieram do Maranhão dar força aos pais e ao filho de Flaviana (Foto: Gustavo Almeida/G1)

Maria Lúcia Silva, 45 anos, é tia de Flaviana e assim que soube da tragédia com a sobrinha providenciou a vinda para Teresina. Durante os dias de folga no Maranhão, Flaviana ficou na casa dela e estava bastante feliz ao lado dos parentes. “Ela estava muito alegre e tudo que ela pedia a gente fazia. Nós íamos para as cachoeiras com ela. Não sei nem o que dizer com isso ter acontecido”, falou a tia.
Maria Lúcia e Solange falaram da alegria de Flaviana (Foto: Gustavo Almeida/G1)Maria Lúcia e Solange falaram da alegria de Flaviana (Foto: Gustavo Almeida/G1)
Ela conta que todos os parentes da pequena cidade ficaram abalados ao saber do acidente. “Ficou todo mundo chocado. Se pudessem teriam vindo todos correndo pra cá”, falou. Durante o deslocamento para Teresina, os familiares maranhenses pararam no local da colisão, no município de Monsenhor Gil. “Não sei nem o que senti quando paramos ali. Era uma pessoa tão jovem, não sei o que dizer”, disse Maria Lúcia.

Segundo os parentes, a alegria de Flaviana era evidente e ela fazia questão de externar para todos. “Ela repetia o tempo todo que nunca se divertiu tanto como lá em Riachão”, revelou a prima Solange Gomes. Quando estava na rodoviária prestes a embarcar de volta para Teresina, Flaviana mandou uma foto ao lado do primo que foi deixá-la no terminal.
Ítalo, filho único da vítima, exibe foto da mãe (Foto: Gustavo Almeida/G1)
Ítalo Claydson, filho único da vítima, exibe foto da mãe (Foto: Gustavo Almeida/G1)

O único filho de Flaviana, o jovem Ítalo Claydson, 18 anos, não consegue acreditar que a mãe tenha morrido. Desde o acidente ele tem recebido a visita de colegas da faculdade na casa da família. “Não sei nem explicar essa situação, fico apenas pensando no que ela passou naquele momento do acidente”, disse o jovem. Nesta terça-feira (16), alguns familiares foram ao local do acidente e recolheram pertences que eram levados por Flaviana. Uma corrente, restos do aparelho celular, pen drive, sandália e moedas foram encontrados.
Pertences encontrados por familiares no local do acidente (Foto: Gustavo Almeida/G1)Pertences encontrados por familiares no local do acidente (Foto: Gustavo Almeida/G1)

Desde o acidente, a Transbrasliana já divulgou três listas com os prováveis nomes dos passageiros que ocupavam o ônibus. Na primeira relação divulgada o nome de Flaviana não estava incluído. Somente nas listas seguintes a empresa informou que Flaviana era um dos passageiros. Segundo os parentes, até agora a empresa não ofereceu nenhum tipo de assistência à família. “Dizem sempre a mesma história, que vão arcar com tudo, mas até agora nada”, falou Luis Gonzaga, pai da vítima.


Do G1 PI

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