Primo do Governador W. Dias foi detido na BA em 2014; é suspeito de compra de voto
A reportagem de Veja informou que o procurador regional eleitoral do Piauí, Kelston Pinheiro Lages, pediu à Justiça Eleitoral a quebra do sigilo telefônico de José Martinho Ferreira de Araújo, primo e ex-assessor do governador do Estado, Wellington Dias (PT) em ação na qual o petista é investigado como principal beneficiário de um esquema de compra de votos nas eleições do ano passado.
O Ministério Público Eleitoral acusa Araújo de ter transportado 180.000 reais em dinheiro vivo, escondidos num carro, para comprar votos a favor do petista no primeiro turno. Araújo foi detido em flagrante pela Polícia Rodoviária Federal (PRF) na Bahia, em setembro do ano passado, enquanto viajava de Brasília ao interior do Piauí. Na época, ele trabalhava como motorista de Wellington Dias no Senado Federal.
O pedido está no âmbito da ação de investigação judicial eleitoral que pede a cassação do diploma de Wellington Dias e de Margarete Coelho (PP), vice-governadora. Eles podem ainda ser condenados e ficarem inelegíveis por 8 anos. O procurador vai mais além. Pede também a aplicação de multa no valor de R$ 135.500.
Procurador quer saber quem ligou para o primo do governador
A intenção do procurador, segundo a reportagem de Felipe Frazão, é que as operadoras forneçam o extrato completo das ligações efetuadas e recebidas entre os dias 1º e 30 de setembro do ano passado – ele foi detido em 11 de setembro, a 25 dias do primeiro turno das eleições, fato que levantou mais suspeitas do Ministério Público. O motorista ficou empregado em cargo comissionado no gabinete de Wellington Dias de 1º de fevereiro de 2011 a 7 de janeiro deste ano, quando foi exonerado. Ele recebia salário bruto de 3.531,23 reais, mais 1.448,82 de auxílio.
José Martinho não soube explicar a origem do dinheiro
"O sr. José Martinho Ferreira de Araújo, primo e apoiador do primeiro investigado, exercente de cargo em comissão de motorista do quadro de pessoal do Senado Federal, com lotação e exercício no gabinete do investigado, transportando tamanha quantia em pecúnia para o Estado do Piauí restando apenas 25 dias para o dia da eleição, gerou fundadas suspeitas da prática de movimentação ilícita de recursos para a campanha de Wellington Dias", anotou Lages. "A obtenção de registros telefônicos do réu talvez seja a única maneira de esclarecer devidamente o liame de condutas perpetradas em favor do esquema de captação ilícita de sufrágio deflagrado em todo o Estado."
S. A. PROPAGANDA GERA SUSPEITA EM PROCURADOR
O procurador regional eleitoral também destacou na ação um detalhe que, segundo ele, "sugeriu evidente preocupação" do governador com a prisão de seu primo e assessor de confiança com tamanha quantia em dinheiro vivo, em meio à campanha eleitoral. Segundo Lages, uma equipe de vídeo da S. A. Propaganda Ltda., uma agência de publicidade com sede na capital piauiense, foi buscar informações sobre a apreensão em Barreiras (BA), cidade onde a PRF interceptou o carro de Araújo, e na qual a Polícia Civil registrou o flagrante. Depois que Wellington Dias declarou seus gastos de campanha à Justiça Eleitoral, soube-se que a agência S. A. Propaganda Ltda. recebeu 300.000 reais para produzir os programas eleitorais do governador petista.
O advogado Ademar Silva de Vasconcelos, que representa José Martinho Ferreira de Araújo, disse que ainda não foi notificado do pedido de busca no sigilo telefônico do cliente e que iria pedir a restituição dos R$ 180 mil.
Fonte: Com informações de Veja/Via 180
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