15/01/2015

COMPADRE matou mulher com chave de roda num motel


POLÍCIA ELUCIDA MORTE DE MARIA DA CRUZ: Bilhete deixou pistas sobre o criminoso.
A Delegacia de Homicídios divulgou na manhã desta quinta-feira (15/01) o resultado do inquérito policial 008463/2014, que investiga a morte de Maria da Cruz Batista Paz, cujo corpo foi encontrado na manhã do dia 17 de dezembro de 2014, em uma rua deserta próximo ao shopping Riverside, zona Leste de Teresina.

O delegado Emerson Almeida foi o responsável por descobrir os fatos que levaram à morte de Maria da Cruz, violentamente assassinada com golpes na cabeça. Junto ao corpo foi encontrado apenas um bilhete, que foi a principal chave do quebra cabeças que levou à prisão do acusado na última terça-feira. Ele era compadre da vítima.

José Augusto de Lima, que era praticamente da família de Maria da Cruz, raptou a mulher, levou-a a um motel, e lá, tirou sua vida depois de uma luta corporal, com golpes de uma chave de roda. Os relatos parecem ser de um filme, mas refletem a barbaridade e frieza com que agiu José Augusto, que segundo a polícia, fazia recorrentes ameaças à vítima.

BILHETE FOI A CHAVE PARA LOCALIZAR O ACUSADO
Segundo o delegado Emerson, a primeira pista sobre a autoria do crime estava no bilhete encontrado no bolso da vítima. "Só matei porque ela reagiu e tinha pouco dinheiro, e foi dizer que tinha dois filhos adivogados para ferrar com nóis [sic]", assim, com estes erros, o pedaço de papel levantou suspeitas de um familiar da vítima, que reconheceu o modo errado de escrever as palavras advogado e nós. O bilhete confirmava ainda a informação sobre os dois filhos advogados de Maria.

Somado a isto, o relato de uma pessoa da família, que após o crime entrou no carro de José Augusto, e sentiu o odor de salmoura característico do sangue humano, reforçou ainda mais as suspeitas da polícia.


LIGAÇÕES MISTERIOSAS E INDIFERENÇA PELA MORTE
Outro fato que chamou a atenção da polícia, durante o depoimento dos familiares, foi a existência de ligações insistentes, que Maria da Cruz se recusava a atender diante do marido ou dos filhos. Assim, ficava o indício de que a morte da mulher poderia não mais se tratar de um simples assassinato ocorrido após o assalto, mas algo bem mais complexo.

A indiferença de José Augusto dias depois da morte de Maria da Cruz também chamaram a atenção dos familiares, já que ele era tido como compadre da vítima e frequentava a casa de Maria. Chegou a até mesmo consolar um dos seus filhos durante o velório. Ele não aguardou nem mesmo a missa de sétimo dia da vítima para viajar até uma cidade do Maranhão.

ÚLTIMAS HORAS DE VIDA DA VÍTIMA
Maria da Cruz saiu de casa pela última vez no dia 16 de dezembro, por volta de 14h30, avisando que ia ao centro com uma amiga. Mas na verdade, ela pegou um mototáxi, que foi interrogado, e confirmou que levou a mulher até a praça do Marquês, na Zona Norte. Lá, ela encontrou-se com José Augusto. Câmeras de segurança em estabelecimentos na região inclusive mostram a presença de Maria da Cruz no local.


LEVOU PARA UM MOTEL: LOCAL DO CRIME
Da praça do Marquês, os dois seguiram para um motel na avenida Centenário. E lá ficaram por mais de cinco horas. Segundo a polícia, Maria foi morta às 17h após uma intensa luta corporal. Ela ainda tentou se defender, mas foi jogada contra a cabeceira da cama, sofrendo um grave ferimento na cabeça. Para se certificar da morte da mulher, José Augusto ainda quebrou o pescoço da vítima com uma chave de roda que tinha no porta-malas do carro, um Fiat Siena de placa PIB-0093.

A cena do crime ele limpou com uma flanela. Para justificar a colcha molhada, ele disse que a sua 'suposta namorada' havia sujado o lençol com sangue menstrual. Com o corpo escondido dentro do carro, ele saiu do motel às 23h, pagando uma conta de R$ 67,00, para descartar a flanela suja de sangue. O corpo de Maria foi deixado na rua Demerval Lobão, próximo ao Riverside. Ele foi para um apartamento, onde lavou a calça que usava com alvejante, o que deixou manchas no tecido.


PRESO NA PIÇARRA
Com provas suficientes, a polícia prendeu nesta terça-feira o acusado em seu local de trabalho no bairro Piçarra. Em interrogatório, ele inicialmente negou o assassinato, mas acabou admitindo o crime. Alegando estar endemoniado, ele tentou justificar por várias vezes alegando que era vítima de ameças por parte da mulher. Em primeiro momento, ao dizer que tudo não passou de um acidente, onde Maria teria batido a cabeça após escorregar. Mas os delegados da homicídios não caíram na alegação falsa, questionando inclusive sobre os motivos dele não ter chamado por socorro.

ROUPAS E ARMA DO CRIME APREENDIDAS
A chave de roda usada por José Augusto e as roupas usadas no crime - inclusive a calça manchada de alvejante, foram apreendidas pela polícia, que já solicitou a prisão temporária do acusado. Ainda sobre o homicídio, o delegado confirmou que entre os dois não houve relação sexual na noite do crime, e diz também que não foi possível afirmar se havia caso amoroso entre os dois, que eram casados.


Fonte: 180 Graus
Repórter: Karine Santana - Direto da Delegacia Geral

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