Órgãos humanos retirados para análise criminal estão em estado de decomposição em Parnaíba. Acontece que as duas geladeiras do Instituto Médico Legal (IML) do município estão queimadas e não funcionam para refrigerar os corpos. Uma delas, que comporta seis corpos está sem funcionar há oito meses. A outra, menor e que suporta apenas quatro corpos já está queimada há mais de um ano.
Segundo o auxiliar de necropsia, Robinson Castillo, existem vários órgãos apodrecendo, entre eles um útero e um fragmento de pulmão, que foi retirado de uma vítima de afogamento no último dia dois de janeiro. “Não temos mais condições de manter corpos aqui. Sem falar nos órgãos que são retirados como provas criminais. Os médicos legistas estão fazendo a parte deles, ao retirar o material para análise, mas sem a refrigeração, os órgãos estão apodrecendo”, afirma o auxiliar de necropsia Robinson Castillo.
Além destes problemas, Robinson relata que o gerador de energia do lugar também está queimado e que até agora nada foi feito para tentar amenizar os problemas. Também falta de estrutura e gasolina para o transporte com o carro tumba. “Nós não podemos nem mesmo nos deslocar para irmos buscar algum corpo em uma cidade vizinha. Estou com um quarto de tanque para o resto do mês de janeiro e foi a prefeitura quem abasteceu. Além disso, estamos com problemas no sistema de geração de energia faz muito tempo”, finaliza.
O deputado federal eleito, capitão Fábio Abreu (PTB), indicado para assumir a Secretaria de Segurança Pública do Estado assim que for empossado na Câmara Federal, afirmou que o problema das geladeiras deve ser resolvido ainda esta semana. “Nós temos três novas geladeiras para serem enviadas para Parnaíba. Estamos esperando apenas por um caminhão para deixarem elas lá. Além disso, elas são para congelamento, o que é melhor do que as que existiam antes, que são apenas de conservação”, afirma o capitão.
Por: Francicleiton Cardoso - Jornal O DIA