31/01/2015

Vídeo com suposta execução de refém japonês do EI é divulgado

Autoridades ainda não confirmaram autenticidade do material.Kenji Goto teria sido decapitado por militante com sotaque britânico. 


Cena do vídeo divulgado pelo Estado Islâmico com a suposta execução de Kenji Goto 
(Foto: Reprodução/Youtube)

  Segundo a agência AP, o vídeo, divulgado na noite de sábado (31), mostra um militante com acentuado sotaque britânico decapitando Goto, um jornalista freelancer de 47 anos.

Divulgado em websites militantes, o vídeo mostra os mesmos símbolos dos vídeos anteriores do Estado Islâmico. Sua autenticidade, porém, ainda não foi oficialmente confirmada.

O vice-ministro das Relações Exteriores do Japão, Yasuhide Nakayama, havia dito na noite de sexta-feira que as negociações para a libertação de Goto estavam paralisadas.

A Reuters informa que as autoridades japonesas estão analisando o vídeo para comprovar sua autenticidade, segundo a rede japonesa de TV NHK.

Mesmo sem a confirmação, o primeiro-ministro japonês, Shinzo Abe, falou à imprensa sobre o assunto. "Sinto uma forte indignação perante esse ato desumano e desprezível de terrorismo", afirmou. "O Japão irá trabalhar com a comunidade internacional para trazer os responsáveis por este crime à justiça", acrescentou, reforçando ainda que o Japão "não se entregará ao terrorismo".

A agência diz que o vídeo mostra um homem com a cabeça coberta, em pé e segurando uma faca contra a garganta de Goto. Na sequência, são vistas imagens de um corpo com uma cabeça já separada.

Dirigindo-se a Shinzo Abe, o homem diz: "Por causa de sua decisão imprudente de tomar parte em uma guerra impossível de ganhar, esta faca irá não apenas matar Kenji, mas também continuar e causar massacre onde quer que seu povo seja encontrado. Que comece o pesadelo para o Japão".

Segundo a AFP, o homem, que parece ser um militante conhecido como Jihadi John, tem um sotaque do sul da Inglaterra, e fala ainda sobre o suposto poder do Estado Islâmico: "Vocês, como seus tolos aliados na coalizão satânica, tem que entender que nós, pela graça de Alá, somos um Califado Islâmico com autoridade e poder, um exército inteiro sedento pelo seu sangue".

Kenji Goto foi capturado em outubro do ano passado, depois de viajar à Síria para tentar negociar a libertação de Haruna Yukawa, executado na semana passada.

  Em um vídeo publicado na internet no dia 20 de janeiro, um suposto membro do grupo jihadista dava um prazo de 72 horas ao governo do Japão para pagar US$ 200 milhões e evitar a execução dos dois reféns de nacionalidade japonesa.

Após a morte de Yukawa, o grupo passou a ameaçar matar o japonês Kenji Goto e o piloto jordaniano Mu'ath al-Kaseasbeh se a terrorista iraquiana Sajida al Rishawi, que está presa na Jordânia, não fosse libertada. O governo jordaniano afirmou concordar com a troca, mas exigiu uma prova de vida do piloto.

No vídeo com a suposta execução de Goto não é feita nenhuma referência a Mu'ath al-Kaseasbeh.

EUA
De acordo com a Reuters, Os Estados Unidos estão trabalhando para confirmar a autenticidade do vídeo.

"Nós vimos o vídeo pretendendo mostrar que o cidadão japonês Kenji Goto foi assassinado pelo grupo terrorista ISIL", disse a porta-voz do Conselho Nacional de Segurança da Casa Branca, Bernadette Meehan, em um comunicado, usando a sigla em inglês para o grupo Estado Islâmico do Iraque e Levante.


"Estamos trabalhando para confirmar a sua autenticidade. Os Estados Unidos condenam fortemente as ações do ISIL e exigimos a libertação imediata de todos os reféns. Nos solidarizamos com o nosso aliado Japão", acrescentou Meehan.

Do G1, em São Paulo

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