A 3ª Vara Criminal Federal do Rio de Janeiro quer assegurar apreensão de objetos para garantir pagamento de indenizações caso o empresário seja condenado
Veículo foi apreendido com outros bens do empresárioFoto: André Naddeo / Terra
A Polícia Federal cumpriu na manhã desta sexta-feira um mandado de busca e apreensão em dois endereços do empresário Eike Batista, na zona sul do Rio de Janeiro. Foram apreendidos carros (dentre eles, uma Lamborghini LP700, na foto), joias, obras de arte, celulares, R$ 80 mil em espécie e até um piano.
Os agentes da PF cumpriram decisão judicial do juiz substituto da 3a Vara Federal Criminar do Rio de Janeiro, Vítor Barbosa Valpuesta, para assegurar a composição dos cerca de R$ 3 bilhões boqueados pela Justiça na última quarta-feira – dentro do processo em que corre contra Eike, que teria cometido uma série de crimes no mercado financeiro e causado prejuízo enorme em diversos investidores.
A apreensão tem o intuito principal de assegurar o pagamento de eventuais indenizações, já que, segundo o juiz federal titular do processo que tramita na Justiça, Flávio Roberto de Souza, o empresário estaria transferindo seus bens para parentes e amigos.
O bloqueio dos bens atingiu, além de Eike , os filhos Thor e Olin, a atual mulher, Flávia Sampaio, além de Luma de Oliveira, sua ex-esposa. A defesa do empresário discordou da ação, que foi considerada como “covarde” pelo principal advogado de Eike, Sérgio Bermudes.
Eike é réu numa ação na Justiça Federal em ação que o julga por ter vendido ações da sua antiga petroleira OGX no que o mercado qualifica como “insider trading”, ou uso de informação privilegiada. Além disso, ele também teria cometido o crime de “put”, quando se compromete a investir U$S 1 bilhão em sua empresa, fato que nunca ocorreu.
Já no Ministério Público de São Paulo, Eike também foi acionado pelos dois crimes dentro da administração de seu estaleiro OSX. Além disso, corre contra ele também o processo por formação de quadrilha, falsidade ideológica e indução de investidor ao erro. Todas as ações devem ser julgadas, em conjunto, na 3a Vara Federal Criminar do Rio de Janeiro e, somados os casos, a pena pode ser de até 12 anos de reclusão.
Fonte: Terra