11/02/2015

Comunidade da praia da Pedra do Sal rejeita resort luxuoso


A instalação de um complexo turístico e residencial da empresa Pure Resorts Hotels & Residences na praia da Pedra do Sal, em Parnaíba, litoral do Piauí, foi discutida em audiência pública, na noite de terça-feira (10/02) na escola João Silva, junto à comunidade local.

Após nove meses de estudo foi tomada a decisão de investir naquela praia. O empreendimento está passando pelos processos de licenciamentos e o terreno já foi adquirido pela empresa, a área fica a 400 metros da orla da praia da Pedra do Sal para evitar danos aquele ambiente.
A estratégia é construir cinco inovadores empreendimentos no Nordeste para consolidar a marca no Brasil; um deles é em Parnaíba. Segundo o consultor imobiliário da empresa Pure Resorts, Alejandro Zugasti, o empreendimento consta de um condomínio, bangalôs, piscinas, restaurantes, entre outras acomodações de luxo. Tudo em harmonia com a natureza.

Só nesta primeira fase de articulação já foram gastos R$ 8,5 milhões. Zugasti defendeu que as obras vão garantir 40 empregos diretos e os recursos da região serão utilizadas como o pescado, por exemplo. O empreendimento vai garantir a movimentação de muitos turistas em uma praia que ainda é pouco explorada.

A construção do resort tem previsão de gerar 131 impactos positivos e 189 negativos ao ambiente. Uma das metas da empresa é converter os impactos negativos em positivos. Por isso, apresentaram a iniciativa de uma gestão de programas ambientais de controle.
Alejandro Zugasti
No entanto, líderes da comunidade se manifestaram contra a construção do resort, se os moradores da comunidade não forem beneficiados. Alejandro Zugasti informou que a Pure Resorts Hotels & Residences tem programa de capacitação de sua mão-de-obra. Um dos motivos do desconforto dos moradores está na alteração do ambiente sem retornos positivos para a comunidade. Os moradores apresentaram como exemplo a implantação das usinas eólicas com várias promessas de melhorias, a começar pela comunidade, e nem qual o destino da energia a população sabe ao certo. Eles consideram que foram enganados.

Na ocasião foi questionado como a empresa conseguiu a adquirir o terreno de forma legal se há famílias que moram no povoado e ainda não conseguiram regularização da posse. Estes foram informados que o terreno comprado era de propriedade particular.
Quando lhe foi dada oportunidade, a Ana Cláudia Pereira Gomes, secretária da Regularização Fundiária e Habitação, informou que a regularização das moradias do povoado da praia da Pedra do Sal começa no segundo semestre de 2015 e as primeiras medidas estão sendo tomadas junto a Superintendência do Patrimônio da União (SPU) e o Instituto Chico Mendes de Conservação da Biodiversidade (ICMBio). As atividades do grupo empresarial estão na fase dos processos de licitações.


Daniel Santos para o Proparnaiba.com 

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