Três setores da Polícia Civil fazem parte da força-tarefa “caça-pedófilos”: Delegacia de Proteção à Criança e Adolescente, Grupo de Repressão ao Crime Organizado e Setor de Inteligência
Redes de pedófilos compartilham fotos de crianças em situações
humilhantes e em atos sexuais. FOTO: Divulgação.
Polícia Civil do Piauí disponibiliza canal de denúncias contra pedófilos. FOTO: Divulgação.
Está em curso no estado do Piauí uma força-tarefa envolvendo delegados, escrivães e agentes da Polícia Civil. Os policiais investigam pedófilos que há anos são acusados de cometer abusos sexuais contra crianças e adolescentes no estado. As ações da força-tarefa têm sido em documentar, investigar e juntar provas contra quem filma, fotografa, divulga e compartilha material envolvendo nudez e abusos sexuais e físicos contra crianças e adolescentes.
Três setores da Polícia Civil fazem parte da força-tarefa
“caça-pedófilos”: a Delegacia de Proteção à Criança e ao Adolescente
(vítima) – DPCA – responsável direto pelas investigações de pedofilia; o
Grupamento de Combate ao Crime Organizado – GRECO, que investiga grupos
organizados – e o Setor de Inteligência da Polícia Civil, que monitora e
documenta ações dos criminosos que atuam nessa área.
Algumas investigações já estão em conclusão. O trabalho ocorre também
em parceria com a Superintendência da Polícia Federal no estado. Os
federais, em recente investigação nacional com ramificações no Piauí,
desarticularam uma rede que compartilhava fotos de crianças nuas pela
Internet.
As ações da força-tarefa são tratadas com o máximo de sigilo. Fontes
envolvidas na investigação, que falaram com exclusividade sobre os casos
ao O OLHO, revelaram, sem citar mais detalhes, que até o final deste
semestre podem ocorrer várias prisões de pedófilos.
Os casos de pedofilia no Piauí, por envolverem monstruosidades e
geralmente crianças, são tratados com o máximo de discrição e, por
envolver acusados com poder aquisitivo alto, terminam por raramente
serem comentados pela cúpula das investigações.
Outro ponto de ação da força-tarefa é desarticular dois tipos de
redes de pedófilos: uma organizada (mais perigosa e articulada e que usa
mais a Internet) e outra informal (mais crescente, desorganizada e sem
ramificações fortes, crescente por conta do sentimento de impunidade e
que usa mais dispositivos móveis de forma indiscriminada).
As redes, formais e informais, de pedofilia no Piauí têm sido
monitoradas por programas espiões há mais de dois anos. Esses programas
documentam atos suspeitos e ajudam a montar o quebra-cabeças para
fortalecer inquéritos policiais.
As provas têm sido fartas, principalmente nas redes informais, que
envolvem pedófilos compartilhadores de fotos íntimas de crianças.
O grande desafio da força-tarefa da Polícia Civil do Piauí é
convencer a Justiça a quebrar os sigilos dos investigados, muitos deles
protegidos em perfis falsos e que mudam constantemente de endereços
virtuais e de dispositivos móveis.
Duas fontes, participantes das investigações, falaram ao O OLHO, que o
Ministério Público Estadual e os juízes de varas criminais têm aceito
os pedidos de investigação e despachado quebras de sigilo. O principal
empecilho são empresas que administram a Internet e, nos últimos dois
anos, as redes de dispositivos móveis.
As mesmas fontes destacaram que as empresas alegam que não podem
fornecer informações por terem sede em outros países. A alegação desse
fato é o que emperra, dentre outros vários casos, é a não contribuição
das empresas em fornecer rapidamente dados e passos dos pedófilos.
Esse dispositivo ajuda a polícia a ter mais trabalho. Atualmente
novas formas de monitoramento são testadas e outros tipos de acúmulo de
provas.
“Muitas surpresas e muitas ações para muito breve”, destacou uma das
fontes mais envolvidas nas investigações contra pedófilos no Piauí.
REDES FORMAIS E INFORMAIS DE PEDOFILIA
O trabalho de investigação mais complicado contra pedófilos é o das
redes formais. Essa, geralmente composto por pedófilos organizados e com
utilização de recursos avançados de conhecimento sobre Internet.
Essas ações ocorrem na “Deep web”, conhecida como Internet Invisível.
Por não poder ser procurado nos sites de busca há uma maior circulação
de informações, boas e não tão boas. Uma delas são as redes formais de
pedofilia, geralmente interconectadas com grupos que têm conhecimento
médio e avançado de tecnologias atuais. Há anos há monitoramento e
investigação desse tipo de rede no Piauí, inclusive com a condenação de
um pedófilo no ano passado.
As redes de pedófilos que mais incomoda a Polícia Civil do Piauí
atualmente é a informal, composta por pedófilos que usam principalmente o
aplicativo para dispositivos móveis WhatsApp. Essas redes chegam a
receber imagens e vídeos de redes formais e terminam viralizando,
inclusive para grupos não específicos para essas causas, fotos de
crianças e adolescentes.
Polícia Civil do Piauí disponibiliza canal de denúncias contra pedófilos. FOTO: Divulgação.
A maior preocupação é por conta da rapidez do envio e da
multiplicação das imagens. Mesmo chegando aos celulares e tablets de
milhares de usuários no estado, ainda há poucas denúncias. São elas que
ajudam a polícia a investigar os pedófilos.
Por isso a ação rápida e esclarecedora pode evitar que muito seja exposto na Internet.
Qualquer crime de pedofilia pode ser denunciado em qualquer delegacia da Polícia Civil do Piauí.
A Delegacia de Proteção à Criança e ao Adolescente tem setor
específico para investigar esse tipo de crimes. Os mesmos podem ser
denunciados (preferencialmente documentados) pelo telefone (86) 3216
2676. A Polícia Civil do Piauí também dispõe de canal próprio e sigiloso
para esse tipo de denúncia, que podem ser feitas através do site:
http://www.pc.pi.gov.br/espaco_cidadao.php. A Polícia Civil do Piauí
também mantém serviço de recebimento de denúncias pelo próprio WhatsApp,
através do número (86) 9489 7903.
Fonte: O Olho
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