Investigações apontam que pelo menos R$ 1 mil teria sido doado pessoalmente e gasto. Judiciário estadual poderá pedir restituição de todo o dinheiro
O jovem skatista Zacarias Gondim, acusado de ter fraudado um laudo
médico do Centro de Hematologia e Hemoterapia do Piauí (Hemopi), e
iniciar uma campanha na internet para arrecadar fundos e tratar uma
falsa leucemia, diz estar arrependido. O delegado Carlos André,
responsável pelo caso, afirmou ao O Olho, que o skatista confessou a fraude e que irá devolver todo o dinheiro.
"Ainda não temos um levantamento sobre a quantidade de pessoas que
foram vítimas, mas de ontem até hoje pouco mais de dez pessoas
procuraram a delegacia para registrar boletim de ocorrência. Ele diz que
está arrependido e que vai devolver todo o recurso", disse.
O valor total arrecadado gira em torno dos R$ 23 mil. Até o momento o
valor apreendido foi de apenas R$ 4.950 em espécie, e que estava na
casa de Zacarias. O restante do dinheiro está depositado na conta
bancária do Banco do Brasil.
QUEBRA DE SIGILO DE TODOS QUE FIZERAM DOAÇÃO
Carlos André disse também que a polícia irá realizar a quebra de
sigilo bancário de todas as vítimas que registrarem o boletim de
ocorrências. Segundo ele, a intenção é saber mais precisamente o quanto
foi depositado e o quanto foi sacado pelo acusado.
"A primeira informação que ele nos repassou é de que teria arrecadado
um valor total de R$ 23 mil. Ele diz ter sacado apenas R$ 5 mil, e
gastou R$ 50 desse valor. Fomos à casa dele e apreendemos a quantia de
R$ 4.950. Os outros R$ 18 mil devem estar na conta bancária, que a
polícia ainda irá conferir".
SKATISTA FICA EM LIBERDADE POR NO MÍNIMO MAIS 30 DIAS
O inquérito policial tem um prazo final de 30 dias para ser
concluído. Caso seja necessário, esse período poderá se estender por
mais 30 dias, o que totaliza 60 dias de investigação.
Durante esse período, Zacarias ficará em liberdade e realizando suas
atividades normalmente. O pedido de prisão só poderá ser determinado
caso o jovem tente atrapalhar as investigações ou realizar qualquer ação
referente ao Banco em que o dinheiro está depositado.
"Não há motivos para ele ser preso nesse momento. O inquérito ainda
está sendo concluído e nós temos 30 dias para finalizar, sendo que esse
prazo poderá se estender por mais 30 dias. Nesse período ele segue em
liberdade", diz o delegado.
VÍTIMAS DIZEM TER DOADO DINHEIRO PESSOALMENTE
Segundo o delegado Carlos André, duas vítimas que registraram boletim
de ocorrência, afirmam ter ido pessoalmente realizar as doações. Os
valores foram de R$ 200 e R$ 450, mas ainda não há provas de que esse
recurso teria sido de fato entregue nas mãos de Zacarias.
"Muita gente vai vir aqui para dizer que fez doações, mas não
poderemos fazer muita coisa, apenas registrar o B.O. As investigações é
que dirão se os valores foram mesmo entregue pessoalmente".
De acordo com o delegado, a polícia irá ouvir testemunhas, entre eles
parentes, para tentar reconhecer todos os doadores que foram até a casa
e fizeram as doações pessoalmente.
"Vamos ouvir algumas pessoas para sabermos se essas vítimas estiveram
mesmo na casa do Zacarias realizando as doações. Ainda não temos provas
de que todos que vieram aqui doaram, mas as investigações é que dirá
quem doou e quem está mentindo", destacou.
VALOR ENTREGUE EM CASA PODE TER SIDO GASTO
Outra informação que teria sido omitida pelo acusado, diz respeito ao
valor de aproximadamente R$ 1 mil que teria sido recebido em doações
pessoalmente, e que o jovem teria gasto logo em seguida.
"Tem um valor de R$ 1 mil que ele recebeu em doações na casa dele.
Esse dinheiro já foi gasto e ele vai ter que restituir, caso o juiz
assim entenda. Todos que afirmam ter doado e que as investigações
comprovarem que de fato a doação foi feita, terão que entrar com pedido
de restituição junto ao Judiciário. Já o restante do recurso será
encaminhado também para o Judiciário, que dirá qual o destino será
tomado. Com certeza nem todos que doaram irão atrás, ou seja, algum
dinheiro ficará sobrando, e somente a Justiça dirá o destino que será
dado", ressalta.
CONDENAÇÃO PODERÁ SER DE ATÉ CINCO ANOS
Zacarias Gondim deverá ser indiciado pelos crimes de estelionato e
falsificação de documentos públicos. A médica que teve o nome citado no
laudo do Hemopi também poderá entrar com ação cível contra o acusado.
Juntando todos os atos infracionais cometidos por Zacarias, a pena
total poderá chegar a no máximo cinco anos de reclusão. Mas devido aos
bons antecedentes criminais, o juiz responsável poderá determinar apenas
uma pena alternativa.
Fonte: O Olho
Fonte: O Olho
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