Para a elaboração da prótese, o grupo utilizou uma espécie de PVC rígido, linhas de nylon, elástico e algumas porcas de metal. Usuário poderá levantar 15kg
Filipe Gabriel é um dos coordenadores e desenvolvedores da prótese (Foto: Manoel José/ O Olho)
O projeto é inovador. O jovem administrador Filipe Gabriel, formado pela Faculdade Ademar Rosado, em Teresina, desenvolveu em parceria com outros oito amigos, uma prótese de PVC rígido, que poderá facilitar e dar uma praticidade a vida de pessoas amputadas das mãos.
O projeto "Mão Amiga" surgiu no final do ano passado durante uma edição do LABx, programa de desenvolvimento de lideranças promovido pela Fundação Estudar, em Teresina. Ele conta que o grupo foi desafiado pelos organizados a desenvolver um projeto e executá-lo dentro de apenas 30 dias.
"Quando nos propuseram a ideia de desenvolver o projeto em um mês, pensei logo na prótese e lancei a ideia para a equipe. Mas, inicialmente não tínhamos a impressora 3D e nem a pessoa com deficiência. As coisas começaram a dar certo quando entramos em contato com o CEIR e eles nos encaminharam a um paciente que possui o movimento do pulso, mas não possui os dedos", disse.
Após dar o primeiro passo na execução do projeto, Filipe entrou em contato com um de seus sócios, Tadeu Duarte, que conseguiu através de Leonardo Ibanez, a impressão do material em uma impressora 3D.
Prótese deverá ser usada por pessoa que possua pelo menos parte da mão (Foto: Manoel José/ O Olho)
Segundo Filipe, o projeto total não custou mais que R$ 170. "Nós conseguimos um rapaz de Esperantina que teve as duas mãos amputadas em decorrência de uma Meningite. O necessário aqui seria que ele tivesse pelo menos parte da mão, para que a prótese encaixasse", comentou.
Para a elaboração da prótese, o grupo utilizou uma espécie de PVC rígido, linhas de nylon, elástico e algumas porcas de metal. "Ainda estamos finalizando o projeto, falta o revestimento que será implantado para que fique mais confortável para quem for usar". A única restrição é que o usuário não a utilize próximo de locais com alta temperatura.
A ideia central do projeto é facilitar a vida de pessoas sem as mãos. Com a prótese, o indivíduo poderá, por exemplo, pegar um copo com água e levantar objetos com até 15kg.
Prótese é feita com PVC rígido e linhas de nylon. Projeto total não passa de R$ 170 (Foto: Manoel José/ O Olho)
"Na verdade nós não fomos os criadores da prótese, nós copiamos de um professor de fora, que teve o filho que nasceu sem a mão. Ele criou a prótese e disponibilizou em código aberto na web", revela.
Filipe diz que a equipe não tem a intenção de comercializar o projeto, mas apenas disponibilizar através de uma Organização não governamental (ONG), que deverá ser criado pelo grupo.
"Pretendemos criar a Beyondlab que será voltada para soluções em acessibilidade. Nossa proposta e atingir as pessoas que não tem recursos necessários para custear com as próteses".
O administrador conta que teme não atender a expectativa do jovem que será beneficiado. Para ele, frustrá-lo poderia acarretar novos problemas. "Conversamos com o rapaz de 25 anos, e não queremos falhar, pois isso poderá mexer com ele e seria ruim. Não pensamos em dinheiro, só queremos melhorar a vida de alguém. Isso é mais valioso que dinheiro", finaliza.
Fonte: O Olho