02/05/2015

Gansos são usados como segurança em presídio do Piauí; veja vídeo

Reportagem do NACIONAL mostra a triste realidade do nossoestado e enfatiza: "O sistema prisional do Piauí está a beira do colapso". Sujeria, falta de estrutura e superlotação.


Um vídeo feito pelo Sindicato dos Agentes Penitenciários do Piauí (Sinpoljuspi) mostra que gansos são utilizados para suprir a falta de fiscalização na Penitenciária Regional Luiz Gonzaga Rebelo em Esperantina, no Norte do estado. Além disso, as celas estão superlotadas e faltam funcionários.





O presidente do Sinpoljuspi, Vilobaldo Carvalho, afirmou que os gansos são criados dentro da Penitenciária porque, o barulho das aves serve de alerta para os policiais."Parece brincadeira, mas isso é verdade. O ganso percebe a movimentação de pessoas estranhas e faz um barulho muito grande. Isso alerta os policiais militares que ficam na parte externa da penitenciária", afirmou. 

Só em 2015 foram registradas 10 mortes dentro das unidades prisionais do Piauí. Conforme o Sinpoljuspi, a maioria dos assassinatos é resultado do confronto entre os detentos. A superlotação é um agravante são 2.108 vagas para 3.550 presos. Outro problema é a deficiência do sistema, o estado tem 14 presídios e cerca de 600 agentes penitenciários. 

Segundo o Sindicato da categoria, o número de agentes é pouco para fazer o trabalho. Para Sinpoljuspi, o necessário seriam 1.200 agentes.

O reflexo desta situação é visto na Central de Flagrantes de Teresina onde o preso não deveria passar mais de 72 horas. As celas possuem capacidade máxima de 15 presos, mas nos finais de semana a quantidade de presos pode chegar a 90 detentos.



Na Central há muita sujeira, o ambiente é quente. Além disso, os presos tomam banho utilizando uma mangueira dentro das celas. "Aqui é como um microondas, os presos vão se amontoando. Não tem ventilação.Chega a um ponto em que os presos não superlotam mais e afirmam que se colocarem mais uma pessoa na celas, eles vão executar", afirmou Constantino Júnior, presidente do Sindicato dos Policiais Civis. 

Enquanto a Central de Flagrantes não sabe para onde encaminhar os presos, há um presídio na cidade de Campo Maior, localizada a 80 Km de Teresina, que começou a ser construído em 2009, mas a obra está parada há cinco anos. Em Altos, há poucos quilômetros desta cidade há outra unidade prisional pronta e com capacidade para 140 presos. A obra que custou R$ 3.111.989, mas não funciona. 

O Sindicato diz que primeiro faltou recursos para pagar a construtora. Agora, o governo está equipando o local. "Na próxima quinzena de maio vamos inaugura o casa da detenção de Altos que dará um alivio no sistema", disse o superintendente de presídios Fagner Martins.

VEJA O VÍDEO DA REPORTAGEM


Do G1 PI

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