No quarto, a única vítima do estupro coletivo em Castelo do Piauí que ainda está internada, sofre as consequências dos abusos e das agressões. A garota de 16 anos passou por uma cirurgia na cabeça, se alimenta por sonda e não lembra de nada do que aconteceu.
O pai da vítima, Francisco, tenta juntar forças para manter a família em pé. Ele acompanha a filha dia a dia no HUT (Hospital de Urgências de Teresina). São dias e noites rezando por uma melhora, mesmo que seja pequena.
“Ela não se lembra de nada, mas Deus é grande e minha filha está bem melhor desde o dia que aconteceu”, disse Francisco.
A jovem já esteve na UTI e não há previsão para que ela receba alta médica. Ela perdeu uma parte da massa encefálica, mas os médicos afirmam que ela não corre riscos maiores.
A cunhada da adolescente ajudou no resgate, a vítima estava inconsciente jogada nas pedras do morro. “O que fizeram com foi desumano e eu quero esquecer o que vi, quero que isso apague da minha mente, o que eu vi foi horrível. Ela levou muitas pedradas na cabeça e por enquanto não dá pra saber com que lesões ela vai ficar, sabemos que vai ter porque tela sofreu traumatismo craniano”, disse a cunhada.
A jovem de 16 anos e Danielly Rodrigues, que faleceu por conta dos traumas, foram as vítimas que ficaram mais machucadas. Ela não sabe que sua amiga faleceu.
“O médico pediu para não falar nada pra ela, porque elas eram muito amigas e pode ser que ela piore. Nós choramos muito a morte de Danielly. Queria pedir para as autoridades que cuidem para que o que aconteceu com minha filha não aconteça com mais ninguém, porque eles que estão no poder também tem filhas, o que eles fizeram com a minha eles fariam com qualquer pessoa. A justiça não está protegendo a pessoa que trabalha, mas esses bandidos tem proteção. Em uma entrevista a cara deles é coberta, porque que eles não mostram a cara, assim como quando olharam para elas para fazer o mal? Nós não temos justiça, com poucos dias eles estão na rua de novo”, disse Francisco, em tom de revolta.
Fonte: Meio Norte