30/07/2015

INTERNOS do CEM relatam péssimas condições e superlotação: "Caguete e estupradores não têm vez"

MENORES DÃO DETALHES SOBRE a morte de um dos sentenciados no caso de Castelo


Uma reportagem da imprensa local teve acesso às dependências do Centro Educacional Masculino (CEM) e entrevistou alguns dos menores infratores considerados os mais perigosos do estado. O repórter Tiago Melo ouviu declarações fortes de alguns destes rapazes que, estão internados para medidas de ressocialização, mas, sem a devida a atenção, devem sair do CEM pior do que entraram. Superlotado, o lugar está hoje com 30% a mais da sua capacidade de receber internos.

Um dos locais visitados pela reportagem foi justamente o alojamento onde o menor G.V.S. de 17 anos, foi assassinado pelos comparsas. Colocados juntos, eles acabaram se desentendendo. Briga esta que resultou na morte do adolescente que delatou os demais menores no caso que chocou a população de Castelo do Piauí, vitimando quatro adolescentes, sendo que uma delas morreu enquanto estava internada no Hospital de Urgência de Teresina.

Contam como foram as agressões a Gleisson
"Ele estava dormindo e os parceiros dele começaram a agredir, batendo a cabeça dele ali na quina. Ele correu para o banheiro e terminaram de quebrar ele lá, eu acho", conta um dos menores que estava no alojamento do lado.

O mesmo adolescente conta que dentro do alojamento vem acontecendo "coisas estranhas" como copos e sacolas caindo sem explicação.

Os internos também comentaram que ouviram as brigas entre os quatro adolescentes sentenciados pelo caso de Castelo. "Eles discutiam, dizia que um tinha destruído a família do outro, o próprio G. disse que eles não tinham nada a ver, que os culpados estavam soltos. Foram até avisar a coordenação pra mudar, mas como não tinha onde botar...", comenta.


Os menores fizeram ainda uma afirmação que só confirma o que sempre é dito sobre a presença de estupradores e os chamados X-9 dentro do ambiente prisional. "É a lei da cadeia, caguete e estuprador não tem vez". Questionados se aceitariam a presença dos outros três menores no Centro, os internos respondem da seguinte forma. "Fiquem por lá mesmo, senão pode ter uma rebeliãozinha e vão é pegar nós. Nós também tem inimigo e se entrassem aqui pra pegar eles, iam pegar nós no embalo", afirmam.


CONDIÇÕES DE SAÚDE E HIGIENE
Outra reclamação dos menores é quanto à condição de higiene dentro e fora dos alojamentos. Eles comentam que dormem no chão, falta sabão em pó para lavar a cela, e dizem que as visitas sempre reclamam "da catinga que sobe" por conta de uma fossa estourada no lugar. Um interno, que é sentenciado por latrocínio, usa bolsa de colostomia, ela reclama que sempre que é necessária a troca, esta é feita sem as condições mínimas de higiene, isso quando há enfermeiras pra realizar a troca.


Ao final da reportagem, uma frase que reflete bem a situação dos 80 internos do CEM. "Pra se tornar alguém melhor, só se for a gente querendo mesmo, porque pela ajuda, do jeito que tá, não vai não".


Fonte; TV Cidade Verde
Publicado Por: Apoliana Oliveira via 180 Graus

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