DEFENSORIA PÚBLICA OFICIOU o comando após menores mencionarem o policial militar
Jovens sentenciados por crime em Castelo do Piauí ficaram juntos em um único alojamento por falta de vagas no CEM, hoje superlotado
Um Polícia Militar, cuja identidade ainda não foi confirmada, será investigado por suposta participação no estupro coletivo ocorrido na cidade de Castelo do Piauí, no dia 27 de maio deste ano. Segundo a defensoria pública, o policial seria o mandante do crime, e teria patrocinado o menor G.V.S., de 17 anos, a praticar um crime que gerasse grande repercussão na cidade.
Com 20 anos de serviço na Polícia Militar, o policial que é da cidade de Crateús atuava no Piauí e estava servindo na cidade de Campo Maior, à época do crime. Ele teria ligação com um grupo de segurança privada e teria interesse em "tocar o terror" na cidade de Castelo.
Segundo o sub-comandante da Polícia Militar, coronel Lindomar Castilho, em entrevista, na última semana a Defensoria Pública oficiou o comando da PM pedindo a abertura de um procedimento para apurar a conduta deste militar, que foi apontado em relatos feitos por menores internos do Centro Educacional Masculino (CEM), como mentor do crime contra quatro adolescentes.
Estes internos teriam ouvido de G.V.S., assassinado pelos supostos comparsas dentro do CEM, que este mandante teria oferecido a quantia de R$ 2 mil e a garantia de um advogado para praticar um crime de grande repercussão.
Neste fim de semana, o policial foi transferido do 15º Batalhão da PM para o Quartel do Comando Geral, e já está em posse da Corregedoria da Policia toda documentação para abertura de inquérito policial militar contra o PM. "Temos documentos da defensoria pública, onde está bem claro, que estes menores em juízo acusam este policial, e cabe agora apurar", disse o sub-comandante Lindomar Castilho, na TV.
DEFENSORIA VAI PEDIR ABSOLVIÇÃO DE MENORES
A apelação da Defensoria Pública, em favor dos três menores sentenciados pelo crime contra quatro adolescentes de Castelo do Piauí, vai pedir a absolvição dos mesmos em face de novos depoimentos colhidos junto a internos do Centro Educacional Masculino. As declarações destes internos dão conta de que, antes de ser assassinado pelos supostos comparsas, G.V.S, de 17 anos, teria confessado que praticou o crime ocorrido no dia 27 de maio, no Morro do Garrote, sozinho, e que, para incriminar os demais, teria recebido a promessa de que ganharia a quantia de R$ 2 mil e a defesa de um advogado.
Os relatos foram ouvidos um dia depois que a reportagem da TV Cidade Verde esteve dentro do CEM e ouviu de um dos menores interno na ala D do centro, que G.V.S. teria confessado, antes de morrer, que os outros três adolescentes sentenciados nada tinham a ver com o crime que deixou uma garota morta e outras três com sequelas graves.
A mesma TV Cidade Verde teve acesso aos depoimentos que mostram o relato dos internos, sobre a suposta confissão de G.V.S.. Um deles diz que o menor teria dito que estuprou duas meninas sozinho, na presenta de mais dois envolvidos, que ele não declinara os nomes. Teria dito ainda que os outros três menores apreendidos não estariam sequer no morro. As declarações dão conta ainda da informação de que os quatro adolescentes apreendidos teriam sido espancados na cidade de Campo Maior, quando levados após terem sido pegos pela polícia.
Em depoimento, segundo o repórter Tiago Melo, as meninas vítimas do crime teriam dito que foram abordadas apenas por G.V.S., que estava de posse da lâmina de uma faca. Ele sozinho, teria feito uma das meninas reféns, e sob a ameaça de matá-la, obrigou as demais a se amarrarem a um cajueiro, onde foram estupradas. O material genético apenas de G.V.S. teria sido encontrado nas jovens.
Como álibi, dois dos menores disseram que estavam trabalhando na hora do crime e o terceiro informou que estava na casa de amigos.
Agora o caso será analisado pelo Tribunal de Justiça. O promotor do Ministério Público Cesário de Oliveira (foto abaixo) continua convicto da culpa dos quatro adolescentes sentenciados.
*Colaboração: Jonas Sousa - Direto de Campo Maior
Publicado Por: Apoliana Oliveira
Via 180 Graus