O corpo de um pescador morto afogado em
novembro de 2011 em uma praia no município de Camocim (CE) foi exumado
durante a tarde desta sexta-feira (25/09) de um túmulo no cemitério
Santana, em Parnaíba, no litoral do Piauí. Segundo informações da
Polícia Civil, a exumação aconteceu após determinação judicial depois de
quatro anos do enterro. O homem foi sepultado como indigente.
O
processo de exumação foi aberto após uma família cearense desconfiar
que o corpo era do pescador José Ivan Rodrigues de Oliveira, que morreu
juntamente com três colegas de trabalho em um naufrágio em alto mar. O
corpo foi encontrado semanas depois do episódio na praia parnaibana da
Pedra do Sal. Segundo o diretor do Instituto Médico Legal de Parnaíba,
na época não existia posto do IML na região e por conta de nenhum
familiar ter aparecido, o corpo foi enterrado como indigente.
“Esta
exumação foi realizada com a finalidade de identificação. Segundo
consta, este corpo foi encontrado boiando na praia da Pedra do Sal, e
agora apareceu uma família de Camocim-CE querendo identificar o cadáver.
Coletamos material do corpo e da provável família, visando a realização
de DNA. Na maioria desses casos, temos um prazo de quinze a trinta dias
para manter o corpo em conservação até que apareça algum familiar. Caso
contrário, coletamos as amostras e acionamos o serviço social do
município para realizar o sepultamento”, explicou o diretor do IML de
Parnaíba, Charles Pitter.
Após a
exumação, a esposa de José Ivan Rodrigues relatou que o corpo não
pertence ao seu marido. Mesmo sendo encontrado apenas o esqueleto
humano, a mulher conta que a arcada dentária e os cabelos são diferentes
do seu parente. Ela afirma ainda que este pode ser o corpo de outra
vítima do naufrágio.
“Eles saíram
para o mar no dia 12 de novembro de 2011 para passar cerca de dez dias
pescando. Só que eles não retornaram. Com quinze dias resolvi iniciar
buscas na colônia de pescadores do município e na Capitania dos Portos.
Ainda chegaram a utilizar helicóptero para procurar eles, só que ninguém
achou. Esse corpo não é do meu esposo, pois ele não possuía nenhum
dente na boca. Agora só Deus sabe aonde ele foi parar”, disse a dona de
casa Francisca Gomes da Silva Oliveira, bastante emocionada.
A
exumação foi acompanhada pelo delegado do 2º Distrito Policial de
Parnaíba, Arthur Barros Leal, e por profissionais do IML e do Instituto
de Criminalística. Amostras do crânio foram coletadas para uma posterior
comparação em laboratório. Segundo o legista Charles Pitter, caso o
exame de DNA dê negativo, as famílias das demais vítimas deste naufrágio
poderão procurar o Instituto Médico Legal para uma comparação do
material genético.
“O que vai
realmente confirmar ou não o que a família está suspeitando é o exame de
DNA. O material foi coletado e será encaminhado para o Instituto de
Criminalística em Teresina, de forma que possam ser realizados os exames
necessários de identificação. Uma vez que não seja confirmado, iremos
guardar essas amostras e aguardar que apareçam outros prováveis
familiares”, concluiu Charles Pitter.
Esta foi a segunda exumação de corpo registrada em Parnaíba.
Fonte: Portal MN/Por Kairo Amaral