Além do ex-coronel, outras duas pessoas foram condenadas pelo crime. Sentença foi proferida na manhã desta sexta (25) após 20h de julgamento.
Ex-coronel Correia Lima voltou a júri popular e foi novamente condenado (Foto: Reprodução/TV Clube)
O ex-coronel da Polícia Militar, José Viriato Correia Lima, foi condenado a 25 anos de prisão em regime fechado pela morte do professor e engenheiro José Ferreira Castelo Branco, conhecido como Castelinho. A sentença foi proferida por volta das 6h desta sexta-feira (25).
Além de Correia Lima, a esposa da vítima Ana Zélia, cumprirá a pena de sete anos e seis meses em regime semiaberto. Os dois foram apontados no processo como mandantes e autores intelectuais do assassinato que ocorreu em 1999. Francisco Moreira, acusado de ser o executor, foi sentenciado a 23 anos em regime fechado.
O julgamento que iniciou na manhã da quinta-feira (24) durou mais de 20 horas. A defesa dos envolvidos irá recorrer da sentença.
O juiz Fabrício Paulo Cysne de Novais concedeu direito de recurso em liberdade a todos por este processo. Até o julgamento dos recursos, Ana Zélia e Francisco Moreira aguardam em liberdade, apenas Correia Lima permanecerá preso, pois responde por outros atos criminosos.
Segundo o promotor de Justiça Régis Marinho, que representou o Ministério Público atuando na acusação dos réus, o MP irá se manifestar contra os recursos apresentados pela defesa dos três sentenciados.
“Apesar da exaustão, estamos com a satisfação de dever cumprido. A sentença atendeu aos reclames da sociedade e do Ministério Público e acredito que o soberano veredicto do Tribunal Popular do Júri foi conforme o esperado pelo MP. É um direito constitucional deles recorrer, mas vamos nos manifestar contra os recursos", diz o promotor.
A mulher do engenheiro nega qualquer participação no assassinato e sua defesa alega falta de indícios suficientes para sua acusação.
Outros crimes
Em agosto, Correia Lima deveria ser julgado pela morte do policial militar cabo Honório Rodrigues, mas a sessão foi adiada diante da ausência do advogado de defesa. O corpo do PM foi encontrado em 1988 dentro de uma chácara em Teresina, com um tiro de escopeta na cabeça.
Já em maio, o ex-coronel seria julgado pela morte de Claudemir Antônio França, o Mauro Gaúcho, ocorrida em 11 de junho de 1998 na zona rural de Redenção do Gurgueia, localizado a 691 km ao sul de Teresina. O juiz da comarca suspendeu o julgamento de Correia Lima pelo não cumprimento da sentença do Supremo Tribunal Federal (STF).
Mauro Gaúcho foi morto com um tiro de escopeta e teve o corpo carbonizado. Ele teria sido assassinado pelo desvio de carga roubada do grupo comandado pelo ex-coronel. Correia Lima ainda deve ser julgado pelo homicídio de seu tio Sinval Correia Braga, ocorrido no ano de 1996 em Jucás, no Ceará.
O ex-coronel Correia Lima está preso há 16 anos e é também acusado de envolvimento com o crime organizado no Piauí, além da utilização de notas fiscais frias e participação no assassinato de políticos, empresários e policiais militares.
23 anos de prisão
Em 2013, após um dia inteiro de julgamento na cidade de Parnaíba, Correia Lima foi condenado a 23 anos de prisão em regime fechado pela morte do policial civil Evandro Safanelli. De acordo com a acusação, a motivação era o envolvimento do PM com uma filha adolescente de Correia Lima.
O júri entendeu que o ex-coronel foi o mandante do crime ocorrido em 1989. A sentença foi pronunciada pela juíza Maria do Perpétuo Socorro Ivani Vasconcelos, da 2ª Vara Criminal de Parnaíba.
Catarina Costa
Do G1 PI