Dois jovens foram mortos com perfurações no sábado (20) dentro do CEM. Tia de um dos jovens afirmou que vítima temia morrer no Centro Educacional.
Familiares dos dois adolescentes assassinados dentro do Centro Educacional Masculino de Teresina (CEM) estiveram no Instituto Médico Legal de Teresina na manhã deste domingo (20). Eles foram reconhecer os corpos das vítimas e liberá-los para o velório. Antes de deixar o local, a tia de um deles afirmou que o adolescente tinha medo de morrer no Centro.
“Nós não imaginávamos que isso poderia acontecer como ele, mas durante algumas conversas, o Kelson disse que tinha medo de morrer no CEM. É lamentável porque o estado traz estes garotos para morrer aqui”, disse a tia Severina da Silva.
Os adolescentes Kelson Wendel Sousa Gomes e Júnior Faustino Gomes, ambos de 17 anos, foram assassinados na noite deste sábado (19) com golpes de armas perfurantes, que segundo diretor da Unidade Socioeducativa da Sasc, capitão Anselmo Portela, foram fabricadas artesanalmente com ferro provavelmente retirados dos próprios alojamentos.
Ainda segundo Anselmo Portela, os dois adolescentes mortos eram suspeitos de cometer ato infracional semelhante ao homicídio em Parnaíba.
Inconformado, o pai Júnior Faustino, José Fernandes, reclamou do acolhimento dos adolescentes. "Estou muito revoltado. Em Parnaíba, ele estava seguro e perto da família. Transferiram ele para cá só para morrer", disse.
Os familiares também protestaram contra a falta de informações sobre o crime. Eles alegam que não foram informados pela Secretaria de Assistência Social e Cidadania do Estado do Piauí (Sasc) sobre os motivos que ocasionaram os assassinatos dos adolescentes.
“Ninguém diz nada. Ninguém explicou para gente porque eles foram mortos. Tem que haver uma explicação e nós precisamos saber o que aconteceu ontem a noite naquele lugar”, afirmou o pai de Júnior.
Os corpos das vítimas foram liberados ainda na manhã deste domingo e levados para uma funerária para o processo de embalsamado, depois serão encaminhados para Parnaíba, onde serão realizados os velórios e sepultamentos.
Do G1 PI /Edição; Portal PHB em Nota