A defensora pública Aline Patrício, relatou que a defesa não irá realizar apelação e que os menores assumiram a autoria do crime
Defensora Pública, Aline Patrício (Foto: Manoel José/O Olho)
De acordo com o juiz Antônio Lopes, o julgamento de hoje foi algo simples. Ele destaca que os menores são réu confessos do crime e que todos os argumentos levantados pelas 12 testemunhas ouvidas foram contundentes e contribuíram de forma efetiva para se chegar até a decisão de internar os menores.
“Atribuímos uma pena de três anos de internação, que é pena máxima e que eles já começam a cumprir de agora. A cada seis meses passarão por uma avaliação e ao término da pena o tempo de internação poderá ser estendido caso seja necessário”, explicou.
A defensora pública Aline Patrício, relatou que a defesa não irá realizar apelação e que os menores assumiram o crime. Para ela, o que resta é apegar-se em teses levantadas pelo juiz durante a sentença e tentar acompanhar a apelação relacionada ao caso do estupro coletivo.
“O juiz considerou todos os nossos argumentos, mas mediante uma situação que envolveu homicídio, entre ele deixar eles na semiliberdade ou optar pela condenação, a pena de internação pelo tempo máximo foi a melhor escolha na visão dele. Agora nós vamos pegar elementos da sentença. Lá ele diz que acredita na inocência deles três no caso do estupro coletivo”, acrescentou.
O juiz Antônio Lopes proferiu sentença após ouvir depoimento de mais duas testemunhas sobre a morte do menor Gleison Vieira. Ele considerou que os menores são réus confessos e determinou que fiquem reclusos durante o período de três anos, que é apena máxima. Esta pode se estender por mais três anos, na condição de semiliberdade.
Deporam hoje (21) Marivaldo Lelis e Herbert Neves, os dois eram coordenadores pedagógicos do CEM. O Marivaldo falou que não tinha como eles evitarem essa morte do Gleison porque a estrutura que o CEM oferece só permitia que os quarto menores permanecessem juntos na mesma cela e mesmo setor.
Marival Lélis (Foto: Manoel José/O Olho)
Eles deporam na condição de testemunha de acusação. "Eles estavam em uma ala onde todos tinham o memso crime. Quando entraram, todos diziam que iriam matá-los. Se tivéssemos separado os quatro iriam morrer lá dentro", disse Marivaldo Lelis, ex coordenador pedagógico do CEM.
O ex diretor do CEM, Herbet Neves, participou da audiência como testemunha de acusação. Ele afirmou que foi convocado para contribuir com a Justiça e comentou apenas sobre a morte do Gleison. Em relação as mortes desse último fim de semana, ele disse que não gostaria de falar sobre o assunto e aguarda a decisão da Justiça. "Enquanto estava lá fiz meu trabalho e tenho consciência de que foi bem feito. Sobre essas mortes de sábado espero que a Justiça possa cuidar do caso", disse.
Herbert Neves (Foto: Manoel José/O Olho)
Dois educadores do CEM estão depondo neste momento no Complexo da Cidadania. Eles depõem mediante a presença da Promotoria, da Defensoria Pública e do juiz Antônio Lopes.
TESTEMUNHAS SÃO OUVIDAS HOJE
Na manhã desta segunda-feira (21/09), duas testemunhas irão prestar depoimentos no Complexo da Cidadania, na zona Sul de Teresina. Essas serão as duas últimas pessoas convocadas pelo juiz Antônio Lopes para que possam contar detalhadamente o que viram e ouviram dentro do Centro Educacional Masculino (CEM) no dia da morte de Gleison Vieira, de 17 anos, condenado pelos atos infracionais cometidos em Castelo do Piauí.
Audiência ocorre no Complexo da Cidadania, em Teresina (Foto: Manoel José/O Olho)
De acordo com o juiz, os depoimentos que deveriam ter sido colhidos todos na semana passada tiveram que ser adiados para esta segunda-feira. Essas testemunhas não puderam estar presentes no dia da audiência. O juiz não explicou o motivo da ausência delas.
Juiz Antônio Lopes (Foto: Vitor Sousa/O Olho)
Ao longo de mais de cinco horas de oitivas, o juiz, a Defensoria Pública, os advogados de defesa e acusação, além dos acusados, ouviram o depoimento de 10 pessoas, entre elas, policiais militares, educadores do CEM, internos e familiares dos acusados.
O juiz afirmou em entrevista ao O Olho que espera proferir a sentença até está terça-feira (22). Os menores I.V.I, B.O.F e J.R.S, são apontados como assassinos de Gleison Vieira. A vítima teria sido executada por ter delatado como se deram os atos infracionais em cima do Morro do Garrote, local da barbárie.
Gleison foi morto com várias pancadas na cabeça. Os quatro estavam internados no CEM onde cumpririam penas de 24 anos de ressocialização, após o julgamento e condenação por parte do juiz Leonardo Brasileiro, da Comarca de Castelo do Piauí.
Neste segundo julgamento, o juiz Antônio Lopes, titular da Vara da Infância e da Juventude é quem cuida do caso, visto que o crime ocorreu em Teresina e não em Castelo. Os menores poderão ser submetidos a uma nova pena fora a qual já estão submetidos.
Com a segurança do CEM comprometida, o trio foi encaminhado para o Centro Educacional de Internação Provisória (CEIP).
Fonte: O Olho