Húngara foi filmada chutando e dando rasteira em migrantes na Sérvia. Emissora onde ela trabalhava disse que ela não quis se explicar.
A
cinegrafista Petra Laszlo, de uma TV húngara, chuta crianças refugiadas
que tentavam escapar de um bloqueio na fronteira com a Sérvia (Foto:
AFP/Index.hu)
A repórter cinematográfica da Hungria que chutou refugiados sírios e fez outros tropeçarem quando chegavam ao país desde a Sérvia
reconheceu sua ação, mas não quis dar explicações e não pediu
desculpas, informou nesta quarta-feira (9) a emissora em que trabalhava,
de acordo com a agência EFE.
A operadora de câmera da emissora húngara N1TV Petra Laszlo foi filmada
dando um chute em um imigrante e passando rasteira em outro, que
carregava uma criança.
O canal privado húngaro "N1" demitiu a jornalista e afirmou que ela
"reconheceu sua ação, embora não tenha dado explicações" sobre seu
comportamento. Segundo o jornal britânico "Guardian", a emissora teria
ligação com o partido de extrema direita Jobbik.
De acordo com o site "hvg", a repórter desligou seu telefone celular e é impossível contatá-la, ainda segundo a EFE.
Sequência mostra homem correndo com criança e tropeçando na perna da cinegrafista húngara
(Foto: Reuters/Marko Djurica)
No Facebook foi aberta uma página "Muro da vergonha Petra László", que
já conta com mais de 16 mil "curtidas". Nelas são recolhidas notas
publicadas sobre o caso no mundo, desde Estados Unidos até países
árabes, em que os usuários criticam o comportamento da repórter.
Algumas opiniões tacham o caso em húngaro, inglês, árabe e português,
entre outros idiomas, de uma vergonha e afirmam que a jornalista
representa o pior da humanidade.
Denúncia
O partido de esquerda Coalizão Democrática, do ex-primeiro-ministro
social-democrata Ferenc Gyurcsány, e o partido Együtt-PM anunciaram hoje
que denunciarão a repórter por agredir refugiados.
O Comitê Helsinque pelos direitos humanos assinalou que, como o
repórter chutou várias pessoas, se condenada poderia enfrentar uma pena
de prisão de entre um e sete anos, já que os fatos têm o agravante de a
violência ter sido dirigida contra membros de um coletivo.
No ponto de reunião de Röszke, houve nos dias anteriores várias
tentativas de fuga e protestos dos refugiados, que se queixam de
precisarem esperar muito tempo ali e passar inclusive noites ao relento.
Este ponto é o primeiro para onde são levados os refugiados que cruzam a
fronteira e onde devem esperar antes de serem transferidos aos centros
de registro.
Do G1, em São Paulo
Do G1, em São Paulo