Estudante Vitor Melo obteve 1.008,3 em matemática, a maior já registrada na história do exame — na edição anterior do Enem a nota máxima ficou em 973,6.
Estudante Vitor Melo (Crédito: Arquivo Pessoal)
O estudante piauiense Vitor Melo, de 18 anos, do Instituto Dom Barreto, em Teresina, foi o candidato inscrito na edição de 2015 do Exame Nacional de Ensino Médio (Enem) que obteve a maior nota do país. O desempenho em matemática foi o destaque nesta edição do Exame e Vitor Melo obteve 1.008,3 em matemática, a maior nota já registrada na história do Enem — na edição anterior a nota máxima ficou em 973,6.
Vitor Melo obteve uma nota média geral de 841,8 no Enem 2015. Ele não acredita que outro estudante inscrito no Enem deste ano tenha atingido nota semelhante. Ele lembra que outra aluna do Dom Barreto, a Mariana, obteve nota média de 840, e fará Medicina na Universidade Federal do Piauí.
Vitor Melo disse que vai cursar Medicina na Universidade Federal do Piauí. Ele foi aprovado no ano passado para o curso de Engenharia da Computação da Universidade de S. Paulo (USP) e da Universidade de Campinas (Unicamp), para Engenharia Civil na Universidade de Brasília (UnB) e para Medicina nas faculdades Novafapi e Facid.
Vitor Melo declarou que continuou estudando para o Enem 2015 porque queria ser aprovado para o curso de Medicina de uma universidade pública porque não poderia pagar a mensalidade do curso em uma faculdade particular, que fica em R$ 6,5 mil. Vitor Melo é filho de um promotor de Justiça, mas a família já paga a faculdade de sua irmã.
“Eu continuei estudando porque não queria cursar Engenharia, mas Medicina. Esse é o meu sonho e agora vou estudar na Universidade Federal do Piauí”, falou Vitor Melo, que concluiu o ensino médio no Instituto Dom Barreto há um ano e passou a estudar sozinho com o material didático e assistia aulas no colégio como ouvinte.
O recordista Vitor Melo afirma que estudava seis horas por dia e sempre gostou de Matemática, Física e Química e foi premiado no Torneio Internacional de Física. “Participei de Olimpíadas de Física e Química e participei do Torneio Internacional de Química”, afirmou Vitor Melo.
Vitor Melo afirma que respondeu de forma correta as 45 questões de Matemática. “Eu fechei a prova, consegui acertar 100% da prova de matemática. Eu obtive uma nota geral de 841,8 no Enem. Eu não tenho confirmado se a minha nota geral foi a maior do Brasil, mas não acredito que outro estudante tenha obtido uma nota maior”, falou Vitor Melo.
Vitor Melo agradeceu a seus pais e ao colégio Instituto Dom Barreto pela conquista de ter alcançado a maior nota da história do Enem. “Sem estudei muito e sempre focado em cursar Medicina, sempre recebendo apoio de meus pais e dos professores do Instituto Dom Barreto”, falou Vitor Melo.
Victor Melo disse que não recebeu, na noite de sexta-feira, telefonema do ministro da Educação, Aloizio Mercadante, o parabenizando por ter obtido a maior nota individual do Enem em todo o país, como surgiu o boato. Seus colegas de colégio, festejaram o feito nas redes sociais.
Na edição 2015 do Enem, o desempenho em matemática foi o destaque. A nota máxima em Matemática, chegou a 1.008,3, a maior já registrada na história do exame — na edição anterior, o máximo ficou em 973,6.
A tendência de aumento no desempenho em Matemática comprova a melhor qualificação dos participantes nesta área. O desempenho mínimo foi de 280,2.
A prova de ciências da natureza registrou a nota máxima de 875,2 e a mínima de 334,3. Em ciências humanas, o desempenho máximo chegou a 850,6; o mínimo, a 314,3. A prova de linguagens e códigos teve como nota mais alta 825,8; a mais baixa, 302,6. Isso quer dizer ninguém fechou a redação, que seria nota 1.000.
Nota maior que 1000
Vitor Melo 1.008,3 pontos na disciplina de Matemática e cravou a maior nota da história do Enem (Exame Nacional do Ensino Médio). Mas é possível fazer mais de mil pontos? Sim, uma vez que não existe uma nota máxima por disciplina, como acontece com redação.
O Enem utiliza uma metodologia chamada TRI (Teoria de Resposta ao Item), modelo estatístico que permite que diferentes edições da prova sejam comparáveis. Na TRI, leva-se em conta para o cálculo da nota não apenas o número de acertos do candidato, mas o nível de dificuldade de cada item. Na TRI, leva-se em conta a coerência das respostas do participante diante do conjunto das questões que formam a prova. Por isso, o número de acertos não tem correspondência direta com a pontuação final.
"As pessoas talvez não estejam entendendo muito bem a nota passar de mil, mas elas nunca estranharam a nota não chegar a zero", comenta Marcello Menezes, professor de matemática QI Vestibulares.
Se você erra uma questão fácil e acerta uma difícil, o exercício difícil, que teria um valor alto, passa a ter um menor. "Isso é feito com um conjunto de questões fáceis, medianas e difíceis", diz Menezes. Por conta da TRI, não é possível afirmar nem sequer se o candidato que tirou mais de mil em matemática tenha acertado todas as questões.
"Não necessariamente se você acertar as 45 tira nota mil, nem se errar todas tira nota zero. Trata-se de um cálculo matemático de alto nível. Você está sendo comparando com outras pessoas."
Fonte: Jornal MN Online/Por Efrém Ribeiro
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