11/01/2016

Vacina contra Zika pode ser criada em 2 anos, diz ministro

O prazo será menor que o tempo para a elaboração da vacina contra a dengue, que demorou cerca de 20 anos para ser concluída


O ministro Marcelo Castro conversa com jornalistas sobre a vacina contra o vírus Zika Foto: Agência Brasil

O Ministro da Saúde, Marcelo Castro, disse nesta segunda-feira (11) que a grande aposta contra o vírus Zika é o desenvolvimento de uma vacina. Segundo ele, a conclusão dos estudos sobre o imunizante deve demorar pelo menos dois anos.

O prazo será menor que o tempo para a elaboração da vacina contra a dengue, que demorou cerca de 20 anos para ser concluída e combina proteção contra quatro sorotipos do vírus. 

A vacina contra o Zika, que está relacionado à ocorrência de microcefalia, protegerá contra um. “Estamos estudando, contactando, agindo”, disse o ministro em conversa com jornalistas no Ministério da Saúde na tarde desta segunda. “Enquanto a vacina não vem, o importante é não deixar o mosquito [Aedes aegypti] nascer, porque quando ele nasce é um perigo ambulante”. 

Castro citou um modelo de combate ao Aedes aegypti, vetor do vírus da dengue, da febre chikungunya e do virus Zika, usado no município de Água Branca, no Piauí, que, segundo ele, é “simples e eficiente”. Os agentes de saúde da cidade saem de casa em casa procurando focos do mosquito e colam selos vermelhos nas portas das residências onde são encontrados criadouros. As casas livres de Aedes aegypti recebem um selo verde. 

“Aquilo fica exposto e todo mundo quer ter o selo verde. Foi uma mobilização muito grande na cidade e todo mundo fez o dever de casa para que, quando o agente voltasse, já tivesse tudo cumprido para receber o selo verde”, disse o ministro. Em 2015, o município piauiense registrou quatro casos de dengue. Em todo o Piauí, foram mais de 7,5 mil casos da doença. 

Dengue 
Segundo Castro, a Sanofi Pasteur, fabricante da Dengvaxia – primeira vacina contra a dengue registrada no Brasil – estima que cada dose deverá custar cerca de 20 euros. Para a total proteção contra a doença, serão necessárias três doses do imunizante. O valor oficial será estipulado pela Câmara de Regulação de Mercado de Medicamentos e só depois disso a vacina poderá ser vendida no País. 

A distribuição dessa vacina na rede pública de saúde ainda será avaliada, segundo o ministro, que a considera “cara”. O governo aposta em um imunizante que está sendo desenvolvido pelo Instituto Butantã, que deverá custar um terço da Dengvaxia e proteger em apenas uma dose, mas ainda levará um ano para ficar pronto. 


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