No Nordeste a concentração da renda cresceu com mais intensidade
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O Brasil registrou na média uma pequena alta na desigualdade ao fim de 2015, mostram cálculos do Bradesco.
O índice de Gini brasileiro do rendimento do trabalho passou de 0,498 no quarto trimestre de 2014 para 0,499 no quarto trimestre de 2015 –quanto mais próximo de zero, mais igualitária é a distribuição da renda.
Pelos cálculos do banco, a desigualdade cresceu em 12 das 27 unidades da Federação no quatro trimestre do ano passado ante o mesmo período do ano anterior.
Apenas na região Sul do país o indicador que mede a distribuição de renda não piorou em nenhum Estado.
Pelos dados do banco, o índice de Gini aumentou em 4 dos 7 Estados do Norte, com destaque para o Amazonas (0,515) e o Acre (0,473), que tiveram piora de 4% e 3% no indicador, respectivamente.
Também houve aumento da desigualdade em cinco Estados do Nordeste, especialmente no Rio Grande do Norte (de 0,476 para 0,515) e no Maranhão (de 0,490 para 0,512). O Piauí continua o mais desigual de todo o país, com um índice de 0,573.
O Piauí foi o estado com maior desigualdade, e aumentou. O índice passou de 0,55 no 4º trimestre de 2014 para 0,57 no mesmo período de 2015.
O estudo tem como base os microdados da Pnad Contínua (Pesquisa Nacional por Amostra de Domicílios), realizada pelo IBGE, e considera o rendimento habitual dos trabalhadores.
Por se referir à renda do trabalho, a pesquisa não inclui programas como o Bolsa Família, o que poderia minimizar a piora. Com a crise fiscal, porém, o benefício do programa não teve aumento real no ano passado.
A piora na distribuição de renda é especialmente ruim num momento de queda nos salários reais, segundo Marcelo Neri, diretor da FGV Social. Pela Pnad Contínua, a renda real (descontada a inflação) caiu 2% no fim do ano passado, para R$ 1.953.
"O bolo da renda não apenas murchou como murchou mais para os mais pobres. E essa grande virada foi no último trimestre de 2015", afirmou Neri, ex-ministro-chefe da Secretaria de Assuntos Especiais da Presidência no governo Dilma Rousseff.
Fonte: 180 Com informações do Folha