04/04/2016

REDE Sustentabilidade propõe plataforma de desenvolvimento para Parnaíba (*)



A REDE Sustentabilidade em Parnaíba está organizando o seu Coletivo Municipal com base na construção de uma plataforma de desenvolvimento integrado para o município contemplando diretrizes das principais políticas públicas como saúde, meio ambiente, educação, infraestrutura, cultura, etc num horizonte para 2030.

Mais do que uma agremiação partidária, a REDE se apresenta como um espaço de reconstrução de uma nova cultura política. O quadro de filiados que está sendo organizado na cidade se pauta na busca de cidadãos honrados e comprometidos com a “nova política”.

Ser “Ficha Limpa” é a base do ingresso e nessa perspectiva a REDE se propõe a integrar políticas públicas e indivíduos rumo a um novo modelo de organização social. Mais do que o discurso em defesa da sustentabilidade sugere ocupar o espaço político da renovação com atitude e altruísmo, pois a palavra sem ação torna-se vazia.

O debate institucional é o foco. Enquanto muitos partidos estiveram ocupados e preocupados com a “janela”, as alianças e as candidaturas, a REDE está construindo a sua plataforma “Parnaíba 2030”. Estas diretrizes que serão apontadas servirão de base para definição das candidaturas e até mesmo das possíveis alianças, ou seja, quem quiser candidatar-se terá que assumir os compromissos do partido conforme estabelecidos na Plataforma, bem como, a possibilidade de aliança com outras agremiações será levado em conta. O(s) partido(s) que desejar se coligar com a REDE deverá se comprometer com tais diretrizes estabelecidas.

Só a intervenção na cena política com mandato um partido pode modificar a realidade de um grupo social. A missão da REDE será a de encantar os desencantados! Missão árdua em razão da crise de identidade política que vivemos em nossa cidade, em nosso Estado e no próprio país. Dos quadros atuais quem está credenciado pelo povo para substituir Dilma? E no Piauí, quem vem depois de Wellington? E aqui na Parnaíba quem sucederá o Florentino? Uma constatação nas três esferas é a de que faltam líderes que expressem a nova ordem política. A falência da representação é latente em todos os níveis de poder. As manifestações de junho de 2013 apontavam isso. O povo nas ruas gritava para os políticos: “vocês não nos representam!”. O pior é que ninguém entendeu o recado, continuaram as mesmas práticas nada republicanas, especialmente quem está no poder!

Parnaíba é um município soberano e independente, mas com pouca capacidade de interferir no desenvolvimento regional. Uma das cidades que mais cresce no país, livre e plural, mas com graves indicadores de violência, desigualdade e pobreza. A expansão dos campus universitários estão transformando a cidade em um polo de ensino superior, mas não conseguimos dar educação de qualidade para nossas crianças que usam a rede pública municipal. Temos a saúde com a gestão plena, mas nos falta a capacidade de cobrir as áreas do programa de saúde da família e atender às mais básicas demandas de saúde da população. Temos um potencial enorme no contingente da juventude, mas negligenciamos a atenção de uma política pública que ouça, valorize e forme jovens conscientes e engajados no meio social.

Estamos sempre atrás de respostas e não vemos o que temos de melhor para encontrá-las: a diversidade étnico-cultural de nosso povo e o domínio sobre parte considerável da biodiversidade e de água doce, com belezas naturais sem igual cujo papel é fundamental no equilíbrio climático e no desenvolvimento científico, tecnológico e econômico da nossa região, do nosso país e do mundo. Estamos cegos?!

Prevalece, contudo, um modelo econômico que privilegia alguns setores em detrimento da aplicação de recursos em áreas essenciais ao desenvolvimento do município e ao bem estar da sociedade. Continuamos insistindo numa concepção que não consegue transformar em estratégia de desenvolvimento nossa privilegiada condição de detentor de um patrimônio ambiental único: o delta do rio Parnaíba.

É significativo que as instituições políticas e os sucessivos governos, nas últimas décadas, não tenham absorvido e dado relevo ao papel crucial da sustentabilidade ambiental dentro do processo de desenvolvimento. Uma das peças-chave para uma correção de rumos está no sistema político e sua estreita relação com o modelo de desenvolvimento. Basta, para isso, ver quais são os principais doadores de campanha e as licitações feitas e os cargos distribuídos graciosamente, que com frequência fortalecem os valores que se contrapõem ao desenvolvimento sustentável, à ética, à justiça social, ao aprofundamento da democracia e aos princípios civilizatórios básicos.

São graves os problemas relacionados ao desgaste e ao descrédito da política, dos políticos e do sistema de representação, sobretudo porque afastam grande parcela da sociedade das decisões públicas, quando não a leva ao alheamento e total indiferença às decisões políticas. Permanecem hegemônicas as velhas práticas eleitoreiras que vêm do colonialismo, do populismo, do racismo, do totalitarismo e outras formas de dominação e corrupção que ainda configuram uma cultura arraigada e difícil de mudar. O processo de construção da nossa democracia ainda está incompleto. A REDE não é e nem tem a solução, mas se propõe a discutir com lealdade, profundidade e clareza o caminho a seguirmos!

(*) Fernando Gomes, sociólogo, eleitor, cidadão e contribuinte parnaibano.

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