Quando do anuncio que seria construída uma Vila Olímpica em Parnaíba, houve um misto de alegria e desconfiança. Alegria por parte das pessoas que praticam esportes e que, por algum tempo, sonharam em ver essa obra realmente concluída. A desconfiança ficou por conta da imprensa e de muitas pessoas que já viram esse filme, estrelado há mais de 40 anos, pelo Porto Marítimo de Luiz Correia.
A Vila Olímpica foi orçada em aproximadamente R$ 200 milhões e sua meta principal era a preparação de atletas para disputar os jogos olímpicos, Rio 2016.
Se o projeto tivesse sido concluído os atletas e, principalmente, à população de Parnaíba estariam hoje usufruindo: ginásio com capacidade para 5 (cinco) mil espectadores, uma piscina olímpica, uma piscina para saltos ornamentais, quadras poliesportivas, pista de corrida, vestiário, quadra de tênis, quiosques, estacionamento para 5 (cinco) mil veículos além é claro de um estádio de futebol com capacidade para 35 mil pessoas.
Na prática, os que às pessoas que visitam o protótipo de Vila Olímpica encontram são apenas: 2 (duas) quadras poliesportivas, 4 (quatro) de tênis, descaso e destruição. As duas quadras poliesportivas estão com as grades laterais deterioradas, tiveram os portões de entradas arrancados e as tabelas de basquete estão sendo corroídas pela ferrugem, provenientes da alta taxa de salinidade da região e do uso de material de péssima qualidade.
A Vila Olímpica de Parnaíba começou a ser planejada em 2008, mas as obras só tiveram inicio em junho de 2012. Devido à paralisação das obras, todo o projeto está sendo alvo de fiscalização pelo Tribunal de Contas da União (TCU) desde 2013, que já encontrou inúmeras irregularidades, fato esse que levou o órgão a determinar a suspensão dos repasses federais e solicitar um estudo de viabilidade técnica e econômica. Segundo o TCU, o Projeto da Vila Olímpica de Parnaíba foi classificado como ``projeto com graves irregularidades que podem gerar prejuízos ao erário público``.
Em conversa com alguns moradores e com o vigia do barracão da empresa que estava à frente da obra, todos foram unânimes em enaltecer o quão bom e útil seria o termino da obra: ``Eu sou o único vigia aqui. Sou pago para vigiar o barracão da empresa. Era necessário ter um vigia á noite pago pela Prefeitura. Eu já fui orientado a não enfrentar os ``malas`` que ocupam as quadras para jogar bola e usar drogas. Depois eles quebram tudo, como o Sr. Pode notar``, ressaltou o Sr. Francisco, vigia da empresa responsável pela obra. Uma das moradoras, e que pediu pra não identificada, disse: ``Se não vão mais terminar podiam construir uma escola aqui no bairro. Todos os dias eu tenho que andar muito pra deixar meus filhos na escola que fica bem distante daqui``.
Segundo dados obtidos no Ministério do Esporte, o repasse Federal seria da ordem de R$ 14.625.000. Desse montante foi liberado R$ 2.170.296,00, ficando o Governo do Estado responsável pela contrapartida de R$ 1.626.000, num total geral de quase R$ 4 milhões.
Enquanto a tão sonhada Vila Olímpica de Parnaíba não é concluída muitos sonhos de jovens atletas estão indo por água abaixo. Sem locais ideais para a prática de esportes muitos jovens, infelizmente, estão entrando no caminho sem volta das drogas e da criminalidade. Estudos e pesquisas, realizadas por diversos órgãos em todo o mundo, mostram que, o esporte é fato gerador de estímulos para que jovens desistam de entrar para o mundo do crime e tentem a vida como atletas profissionais.
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Por: Walter F. Fontenele/PortalPhb
Foto: Walter F Fontenele