Delegada Anamelka Cadena, que ouviu a jovem na Delegacia Geral
A jovem de 21 anos, vítima de estupro coletivo na cidade de Sigefredo Pacheco (160 km de Teresina), precisou mudar de cidade após repercussão do caso. A advogada da vítima, Josefa Miranda, confirmou ao Cidadeverde.com que a moça está muito abalada e preferiu ir para a casa de amigos que moram em outro município piauiense. A delegada Anamelka Cadena, que ouviu a jovem em depoimento, disse que a vítima reconheceu três dos cinco homens que aparecem em vídeos tocando a moça desacordada.
"Ela está em outra cidade, na casa de amigos, porque a repercussão do caso foi muito grande", disse a advogada da vítima. Ela declarou ainda que a jovem teme o julgamento e algum tipo de retaliação na cidade, de pouco mais de 9 mil habitantes.
Em depoimento, a garota informou os nomes de três dos cinco homens que aparecem nas imagens.
"Ela reconheceu três rapazes, mas há outras formas de identificação, não apenas o depoimento dela, até porque os autores fizeram um vídeo que foi publicizado. O delegado Laércio Evangelista é que está presidindo o caso e eu fui designada apenas para colher esse depoimento, que vai subsidiar o inquérito", declarou.
A delegada destacou ainda que o crime de estupro já está configurado. "A moça está desacordada, os homens tocando nela, se aquilo não for um estupro, não sei mais o que é. O crime já está configurado, a situação agora é identificar os envolvidos", declarou.
O crime
A Polícia Civil do Piauí soube do caso na última segunda-feira (13), mas o crime aconteceu no dia 3 deste mês.
"A polícia só tomou conhecimento dez dias após o fato e só soubemos por conta do vídeo que estava circulando na cidade e procuramos a vítima, porque esse é um crime de natureza de ação pena pública incondicionada, a autoridade policial é obrigada a agir, tendo iniciativa da vítima ou não. Contudo, somente após ela ser ouvida é que tivemos informações claras sobre o caso e podemos iniciar a investigação", esclareceu o gerente de policiamento do interior, delegado Willame Moraes.
Em fotos e vídeos divulgados pelos próprios autores da violência sexual, cinco homens aparecem tocando as partes íntimas da vítima, que está desacordada dentro de um carro. Um deles chega a dizer que a "turma do azeite" será presa pela polícia por conta do ato. Ela contou à polícia que saiu com cinco homens, dos quais conhecia somente três. Ela conta que ingeriu um copo de bebida e depois não lembra mais dos fatos da noite.
A garota esteve Teresina na manhã de ontem (14), onde realizou atendimento no Serviço de Apoio à Mulher Vítima de Violência Sexual (Samvis). No Samvis, além realizar exames e ser medicada contra doenças sexualmente transmissíveis, foi atendida por psicólogos e assistentes sociais
Maria Romero
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