Wilson Filho/Cidade Verde
Em coletiva, os promotores de justiça do Gaeco classificaram como "cartel" a quadrilha que estava atuando no município de Cocal. Na manhã dessa segunda-feira (10), o Gaeco faz balanço da Operação Escamoteamento e confirmou que oito empresários estão presos preventivamente e cinco estão foragidos.
Participa da coletiva o procurador do MPF, Marco Aurélio Adão, o superintendente da Polícia Rodoviária Federal Wellendal Tenório, o delegado da Polícia Civil Kleidson Ferreira e representantes da CGU, do TCU e do TCE. O coordenador do Gaeco, promotor Rômulo Cordão, comandou a coletiva e a explanação foi feita pelo promotor Sinobilino Pinheiro.
Ele informou que o foco esteve na prefeitura de Cocal e que os municípios de São João da Fronteira e Bom Princípio também foram alvo das ações criminosas. Nas últimas duas cidades, há moradores que participavam do esquema em Cocal. Foram divulgadas os nomes das empresas e de todas as pessoas presas.
Foram conduzidas 35 pessoas suspeitas de serem laranjas, envolvidas com as empresas de fachada e há suspeita de atuação no Maranhão e no Ceará. O "cartel", segundo o promotor, era comandando por 13 operadores, que faziam as transferências bancárias. foram movimentados cerca de R$ 200 milhões.
No Ceará, a quadrilhaa atuava em Tianguá, Ubajara, São Benedito e Fortaleza.
O promotor Sinobilino informou que 16 empresas estavam atuando em conluio na prefeitura, com o objetivo de desviar recursos, entre 2013 e 2015.
"Eles atuavam como um cartel, faziam altos saques, tinham amizade entre eles e há coincidências de atuação", disse.
Há funcionários público envolvidos, além de empresários e beneficiários do Bolsa Família. Existem empresas que movimentaram cerca de R$ 6 milhões no período.
Relação dos presos e foragidos
As empresas ganhavam licitações para obras, locação de veículos e fornecimento de mão de obra, além de serviços de contabilidade. O promotor Rômulo Cordão avalia o resultado como bastante positivo.
"Conseguimos estancar a sangria dos recursos públicos e trabalhar em conjunto otimizando a rede de controle com todos os órgãos envolvidos", declarou.
Sinobilino falou ainda que foram pedidas prisões preventivas, buscas e apreensões, bloqueio de contas bancárias, indisponibilidade de bens móveis e imóveis e sequestro de bens. Segundo ele, os presidentes de comissões de licitação e funcionários da prefeitura estão envolvidos. Foram feitas buscas na prefeitura de Cocal e na Câmara de vereadores.
"O núcleo dos laranjas atuava com 35 pessoas que tinham laços entre si, na cidade de Cocal e recebiam diversas transferências", disse.
Ele citou como caso emblemático uma copeira que recebia um salário mínimo e movimentou R$ 100 mil, recebidos de uma empresa.
O promotor explicou ainda o envolvimento das empresas e os valores recebidos da prefeitura de Cocal. A empresa Bellive recebeu R$ 448 mil em 2013 e a Agile recebeu o valor de R$ 1,3 milhão. O proprietário seria o empresário Carlos Kennedy. A empresa Boa Esperança também recebeu valores, de até R$ 283 mil e há provas de transferências para o presidente da comissão de licitação. A empresa Imediata recebeu R$ 2 milhões. Rodrigues Fortuna de Araújo, irmão de Kennedy, teria envolvimento, assim como Ana Carolina. Essa jovem teria 25 anos e seria proprietária da empresa Premium que movimenta recursos também de outras empresas.
Relação das empresas investigadas:
Yala Sena (Flash)
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