Família recebeu intimação para depor, enquanto policiais militares que participaram de abordagem não depuseram para a Polícia Civil. Polícia Militar defende procedimento como necessário.
PMs acusados do assassinato em abordagem nunca foram ouvidos pela delegacia de homicídios
Mesmo depois que o inquérito que apura a morte da menina Emilly Caetano da Costa, de 9 anos, foi entregue para o Ministério Público do Piauí (MP-PI) a família da criança é procurada para depor, nesse caso no Inquérito Policial Militar (IPM) realizado pela Polícia Militar sobre a abordagem realizada pelos policiais militares. O cabo Francisco Venício e o soldado Aldo Dornel não prestaram depoimento no inquérito realizado pela Polícia Civil.
O advogado da família esteve nesta quarta-feira (10) na Delegacia de Homicídios para denunciar a presença diária de policiais militares na cada família para intimar os pais a comparecerem a Corregedoria da polícia para depor sobre o caso. "Como se não bastasse a tormenta e a tortura psicológica que toda a família passou continua diariamente recebendo em sua porta, mesmo com a negativa, pessoas fardadas insistindo em falar com familiares", disse Andréa Magalhães, presidente do Sindicato dos Delegados do Piauí.
Até agora nenhum dos envolvidos prestou depoimento, mesmo com a convocação enviada pela Delegacia de Homicídios no dia 26 de dezembro, um dia depois da abordagem que terminou com a morte da menina Emilly Caetano. O pedido foi negado pela Polícia Militar do Piauí (PM-PI), assim como não foi apresentado o livro em que foi registrada a ocorrência de perseguição a um carro parecido com o que estava a família, vítima dos tiros.
De acordo com a relações públicas da Polícia Militar os inquéritos tramitam de modo paralelo, mesmo com a suspensão da portaria e por isso a necessidade de ouvir a família da menina.
Morte com dois tiros
A menina Emilly Caeteano da Costa foi atingida por dois tiros no dia 25 de Dezembro, na Zona Leste de Teresina. A criança hegou a ser socorrida e encaminhada para o Hospital de Urgência de Teresina (HUT), mas não resistiu e veio a óbito. A mãe de Emilly, Daiane Caetano, foi atingida com um tiro no braço. O pai de Emilly, Evandro Costa perdeu a audição e está com uma bala alojada.
Os policiais militares que participaram da ocorrência, soldado Aldo Barbosa Dornel e cabo Francisco Venício Alves, foram autuados pela Corregedoria da Polícia Militar, e estão presos no Presídio Militar. Após um impasse na invetigação, já que no dia que o crime aconteceu a Polícia Militar baixou uma portaria informando que crimes praticados por militares deveria ser investigado pela polícia judiciária militar, a Polícia Civil ficou responsável pela investigação.
Entre os possíveis crimes imputados aos policiais estão homicídio e fraude processual.
Fonte: G1/PI