Walteres Peixoto foi encontrado próximo à BR-343, em Piripiri, com lesões no crânio. Polícia Civil só foi acionada dois dias após o crime, quando a vítima veio a óbito.
Walteres Peixoto, de 30 anos, foi assassinado por espancamento em Piripiri. (Foto: Gerson Renato/GGP)
Um homem identificado como Walteres Peixoto, de 30 anos, foi encontrado com sinais de espancamento próximo à BR-343, na cidade de Piripiri, a 158 km de Teresina, e morreu após ser socorrido no Hospital Regional Chagas Rodrigues. O caso chegou ao conhecimento da Polícia Civil na tarde de terça-feira (9), dois dias depois da vítima ser socorrida.
De acordo com a delegada que investiga o caso, Lucivânia Vidal, o rapaz foi encontrado por populares no domingo (7) próximo à BR-343 desacordado e com ferimentos graves na cabeça. No hospital, um exame de raio-x constatou a lesão no crânio. Walteres passou dois dias em coma até ir a óbito, na tarde de terça-feira (9).
“O que me causa estranheza é por que somente ontem ficamos sabendo desse caso. Já que no domingo a família tomou conhecimento”, disse a delegada Lucivânia. Segundo ela, um grupo de luta por direitos dos LGBTs foi até a delegacia notificar a morte de Walteres Peixoto, que era homossexual e atuava como drag queen.
Gerson Renato, presidente do Grupo Gay Piripiri (GGP), foi quem avisou à Polícia Civil sobre a morte de Walteres. Ele conta que soube do ocorrido apenas quando a vítima veio a óbito. “Quando soube fui para o necrotério, e lá fiquei sabendo que ele estava na cidade, que estava no hospital em coma. Depois disso fui comunicar à delegacia”, disse.
Segundo Gerson, Walteres era gay e drag queen, natural de Piripiri e morava em Teresina. Ele já havia sofrido duas tentativas de homicídio anteriormente. Em uma delas, o GGP realizou uma campanha beneficente para ajudar a família de Walteres, que não tinha condições de custear o tratamento. "Uma vez foi tiro e em outra ele levou umas facadas", conta Gerson.
A delegada conta ainda que tem pelo menos duas linhas de investigação para apurar o assassinato de Walteres, uma delas considerando a homofobia como motivação do crime. “As provas fluem em questão de minutos, de horas, ainda mais em três dias. Mas eu já iniciei minha investigação. Não estou somente olhando pelo lado da homofobia, mas não estou descartando nada”, disse.
Fonte: G1 PI