Militar se entregou e a Polícia Civil cumpriu mandado de prisão preventiva. Ele alegou que agiu em legítima defesa porque teria sido agredido e disse que perdeu a arma do crime.
Cabo do Exército foi ouvido pela Polícia Civil sobre os tiros (Foto: Andrê Nascimento/G1)
O cabo do Exército Brasileiro Wanderson Lima Fonseca, suspeito de balear três pessoas no sábado (13), foi preso pela Polícia Civil ao se entregar no 1º Distrito Policial de Teresina nesta terça-feira (16). O Exército informou que instaurou processo administrativo para apurar o caso.
A polícia registrou o boletim de ocorrência das vítimas na manhã de hoje e, horas depois, o militar se apresentou. Segundo o gerente de polícia metropolitana, delegado Luccy Keyko, o homem disse que agiu em legítima defesa. Segundo a polícia, a defesa do militar negociava a apresentação do homem desde ontem (15).
"Ele se apresentou hoje espontaneamente com o advogado para prestar esclarecimentos e foi dado cumprimento ao mandado de prisão. Ele alega que agiu em legítima defesa, que uma pessoa mais forte o agrediu mais de uma vez na festa, que tentou se desvencilhar e teve que disparar. Depois disse que saiu e acabou perdendo a arma na fuga. Ele contou que estava de férias do Exército, onde é cabo há sete anos", informou o delegado.
Tiros acontecem em festa de pré-carnaval tradicional no centro de Teresina (Foto: Maria Romero / G1 PI)
O delegado disse ainda que o militar possivelmente conhecia uma das vítimas, que seria conhecido por "muitas brigas" no bairro onde mora. "Isso é a versão dele, tudo ainda será apurado", destacou o delegado. Em depoimento, o cabo afirmou que perdeu na arma do crime na fuga, mas a polícia apreendeu um carregador de pistola em seu veículo.
Agora, o 1º DP segue com as investigações e a polícia informou que concluirá o inquérito em 10 dias. Luccy Keyko disse ainda que, segundo testemunhas, um amigo de Wanderson, identificado como Felipe, também usou a arma e participou do crime. Ele foi preso no dia dos disparos e, embora o cabo negue a participação de uma segunda pessoa, o delegado informou que Felipe permanecerá preso.
Exército apura o caso
O cabo ficará custodiado no quartel do 2º Batalhão de Engenharia de Construção (BEC), onde é lotado. O Exército informou por meio de nota que está apurando o caso.
Leia a íntegra da nota:
MINISTÉRIO DA DEFESA
EXÉRCITO BRASILEIRO
CMNE - 10ª RM
2º BATALHÃO DE ENGENHARIA DE CONSTRUÇÃO
(Batalhão Heróis do Jenipapo)
Nota à Imprensa
Em relação aos fatos dos quais é acusado o Cabo WANDERSON LIMA FONSECA, deste Batalhão, informamos que está sendo instaurado processo administrativo para apurar a conduta do militar, e que o 2º Batalhão de Engenharia de Construção está apoiando as autoridades policiais para a elucidação do caso.
Cabe ressaltar que o ocorrido, mesmo tendo o envolvimento de um militar, trata-se de um crime comum, sendo tratado na esfera da justiça comum.
Informamos, ainda, que até o momento, o militar não se apresentou nesta Unidade, pois encontra-se em gozo de férias. Caso o Cabo Wanderson venha a ser detido, ele ficará preso em unidade prisional do Exército Brasileiro, à disposição da Justiça do Estado do Piauí.
Cumpre destacar que o 2º Batalhão de Engenharia de Construção não compactua com qualquer tipo de ato de violência, repudiando veementemente fatos desabonadores da ética e da moral, que devem estar presentes na conduta de todos os seus integrantes.
Teresina, 16 de janeiro de 2018.
Comando do 2º Batalhão de Engenharia de Construção
Três feridos
Três pessoas foram baleadas na noite de sábado (13) no Centro de Teresina durante a festa de uma tradicional prévia de carnaval, a Banda Bandida. Os tiros foram disparados por volta de 23h e duas pessoas foram encaminhadas para o Hospital de Urgência de Teresina (HUT) e a terceira para um hospital particular.
Paulo Roberto Rodrigues segue internado no HUT (Foto: Reprodução / Whatsapp)
As vítimas são Paulo Roberto Rodrigues, atingido com três tiros; Ramile Rodrigues e Jardel de Oliveira, os dois últimos atingidos com disparos na perna e que já prestaram depoimento à polícia.
Os tiros foram disparados no espaço reservado para a festa. Segundo as vítimas e seus familiares, não houve motivo claro para os tiros. Apenas Paulo Roberto permanece internado. O cabo do Exército e outro suspeito do crime, preso no mesmo dia, já foram localizados.
Jardel Oliveira compareceu ao 1º DP para prestar depoimento sobre o tiro que levou na coxa (Foto: Junior Feitosa/G1)
Fonte: G1 PI