O Piauí está em alerta em virtude do aumento de casos de hanseníase em 2017. Foram 935 notificações, o que equivale a 29.1 casos para cada 100 mil habitantes, parâmetro considerado muito alto pelas autoridades de saúde. Em 2016 foram 911 casos, segundo dados do Boletim Epidemiológico divulgado pela Coordenação Estadual de Controle à Hanseníase, da Secretaria de Estado da Saúde.
De acordo com a Sesapi, aproximadamente 67,5% dos casos, 631, foram notificados já em estágio transmissível. “Tanto a classificação predominante, do tipo multibacilar, e o parâmetro de detecção da doença (muito alto), chamam a atenção para a necessidade de mais envolvimento dos serviços de saúde dos municípios em estratégias para o alcance do diagnóstico precoce da doença”, alerta a supervisora estadual de Controle de Hanseníase, Eliracema Alves.
De acordo com a supervisora, a classificação multibacilar predominante mostra que existe focos da doença em atividade em todo o estado. As cidades que mais notificaram casos foram Teresina (385), Parnaíba (44), Floriano (44), Picos (33), Piripiri (23), Campo Maior (19), Altos (15), José de Freitas (14), Barras (12) e Oeiras (12).
A supervisora explica que a hanseníase é uma doença que atinge primeiramente os nervos, e em seguida, de forma tardia, as manchas. Essas manchas podem ser de coloração amarronzada ou rósea, são indolores, ou seja, não doem. Essas manchas têm diminuição de sensibilidade, são dormentes e que se não forem tratadas em tempo certo, precocemente, elas podem evoluir com incapacidades, deformidades.
“O Piauí é um Estado endêmico para hanseníase, por conta disso, nossos trabalhos são voltados ao diagnóstico precoce. O Estado desenvolve um trabalho de busca constante a novos casos para melhorar os indicadores e condições das pessoas com hanseníase”, comenta Eliracema Alves.
A divulgação do Boletim integra uma das atividades da campanha “Janeiro Roxo”, mês em que são reforçadas as ações de prevenção e combate a hanseníase.
Em outubro do ano passado, o Estado aderiu à campanha nacional Brasil Livre da Hanseníase, quando, em parceria com o Ministério da Saúde, a Organização Pan-Americana de Saúde(OPAS), além da Organização Mundial de Saúde(OMS) e o Movimento Morhan, foram realizados 506 atendimentos e capacitados mais de 1.400 profissionais de saúde. Somente naquele período, foram notificados 110 novos casos da doença, nos municípios de Teresina, Parnaíba e Floriano.
Eliracema Alves enfatiza que, com a notificação dos novos casos, o paciente é direcionado ao tratamento, que é gratuito, e realizado nos 224 municípios, nas unidades de saúde. Toda medicação é fornecida pelo SUS e após o início do tratamento, o paciente não transmite mais a bactéria causadora da doença.
Os pacientes que estão num estágio mais avançado, com comprometimento de membros por não fazerem o acompanhamento pelas unidades de saúde são encaminhados para a clínica de referência em dermatologia, no Hospital Getúlio Vargas(HGV), no Centro Maria Imaculada ou para o Hospital Universitário, sendo acompanhados por profissionais referência para todo o Estado.
No dia 25 de janeiro, a Sesapi vai realizar o I Workshop Estadual de Hanseníase, com objetivo de capacitar secretários municipais de saúde, profissionais de saúde, estudantes de graduação, pós-graduação e comunidade em geral. Além disso, Parnaíba, Floriano e Picos também debatem sobre a temática em atividades nas comunidades.
Com informações da Sesapi
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