28/02/2018

Juiz cadeirante fica preso em prédio do Fórum Criminal por falta de acessibilidade



Cadeirante há 10 anos, o juiz José Olindo Gil Barbosa, do juizado de violência doméstica e familiar contra a mulher, passou por momento constrangedor no inicio da tarde desta terça-feira (27). 




Sem energia elétrica, o magistrado ficou preso no 4º andar do Fórum Cível e Criminal de Teresina, devido a falta de acessibilidade. Ele estava preparando uma sentença quando houve a falta de luz por volta do meio dia. O fórum parou, pois não tinha gerador. 



Inquieto com a demora do retorno da luz, o juiz resolveu chamar os policiais da Guarda Militar do Tribunal de Justiça do Piauí para que pudesse analisar uma alternativa para tirá-lo do prédio. Foi trazida uma outra cadeira de roda e nos braços de seis homens o juiz desceu oito lances de escada sob olhares admirados e espantados do público e funcionários do fórum. 

“É uma situação constrangedora. Não era pra passar por isso. Era para o fórum ter acessibilidade. Já deixei de trabalhar por duas ou três vezes por que não tinha como acessar meu gabinete que fica no quarto andar”, disse o juiz ao Cidadeverde.com.

José Olindo é cadeirante após sofrer inflamação medular. Ele disse que além da falta de acesso aos órgãos públicos, ele reclama da ausência de acessibilidade nas ruas, restaurantes e já deixou de celebrar casamento por não ter como se deslocar até o local. 

"Já deixei de participar de palestra, de reuniões, de ir a lazer por falta de acessibilidade. Qualquer batente pequeno que seja já atrapalha a cadeira de rodas", disse o juiz.



Ele informou que o Tribunal de Justiça do Piauí criou uma comissão de acessibilidade para montar um plano de trabalho e melhorar os acessos aos prédios da justiça estadual.

Veja na nota do TJ

O Tribunal de Justiça do Piauí (TJ-PI) vem a público esclarecer matérias veiculadas na tarde desta terça-feira (27/02) que informaram sobre falta de acessibilidade no Fórum Central de Teresina.

Sobre as publicações esclarece que:

1) O problema não é de falta de acessibilidade tendo em vista que o prédio dispõe de elevadores suficientes;

2) A falta de energia elétrica é responsabilidade da Eletrobrás e não do Tribunal de a;

3) O Fórum dispõe de um gerador de energia, mas quem construiu o prédio dimensionou gerador com potência inferior à necessária à movimentação dos elevadores;

4) O Tribunal de Justiça já licitou e assina nesta quarta-feira(28/02) contrato para aquisição de dois grandes geradores de 800 KVA cada um para que possa, mesmo nos casos de falta de energia, funcionar todo o prédio;

5) Se o magistrado tivesse esperado o final do expediente a energia no prédio já teria sido reestabelecida, já que isso ocorreu por volta das 13h30, evitando tal situação.

Flash Yala Sena
yalasena@cidadeverde.com

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