Quase três anos após o crime, família ainda se sente impotente diante da morte de Danielly Feitosa. Pai conta dificuldades que a família não teve como superar depois do que aconteceu.
Adão José Silva Sousa estava em cela isolada em penitenciária do Piauí (Foto: Fernando Brito/G1)
O comerciante Jorge Moura, pai de uma da vítimas do estupro coletivo de quatro adolescentes em maio de 2015, em Castelo do Piauí, 189 km de Teresina, disse ao G1 que a condenação de Adão José de Sousa, 43 anos, a 100 anos e 8 meses em regime fechado, foi justa. O pai de Danielly Rodrigues Feitosa, 17 anos, que morreu 10 dias após o crime em decorrência das agressões, contou que a família preferiu não acompanhar o julgamento para não relembrar o ocorrido.
"Eu, minha mulher e meu filho não fomos para o julgamento. Mas para nós quanto mais tempo ele passar na cadeia melhor. Não fomos porque lembramos de tudo que passou e sem poder fazer nada. É complicado", desabafou Jorge Moura.
O pai de Danielly Feitosa contou ao G1 que acompanha o caso por meio do advogado. "É difícil para a gente. Só sabe quem passa. Minha mulher faz acompanhamento psicológico, toma remédio. Não tem como superar o que aconteceu”, lamentou o comerciante.
Juiz Leonardo Brasileiro presidiu o julgamento de Adão (Foto: Lucas Marreiros/G1)
Danielly Feitosa morreu dez dias depois de ter sido agredida, estuprada e arremessada, junto com três amigas, do alto de um penhasco de cerca de 10 metros de altura, no dia 7 de junho de 2015. Ela morreu na UTI do Hospital de Urgência de Teresina depois de passar por três cirurgias.
Crime
Em 27 de maio de 2015 quatro adolescentes foram agredidas, estupradas e arremessadas do alto de um penhasco de cerca de 10 metros de altura, na cidade de Castelo do Piauí. Uma das jovens morreu 10 dias após o ocorrido.
Quatro adolescentes foram condenados a cumprir medida socioeducativa por envolvimento nos crimes. Um deles foi assassinado pelos colegas dentro de um alojamento no Centro Educacional Masculino (CEM), em Teresina.
No início das investigações, dois deles chegaram a confessar o crime, mas disseram posteriormente que a confissão teria ocorrido por conta de agressões que teriam sofrido de policiais. A Justiça afirmou que não existiam sinais de violência na época do fato denunciado.