Interventora ainda não assumiu Parnahyba e direciona motivo à ausência do atual presidente — Foto: Renan Morais
Celina Olivindo revela que precisa da aceitação do clube para iniciar trabalho administrativo; presidente em exercício, Osvaldo Brandão diz que vai respeitar decisão: "Temos que obedecer"
Nomeada interventora do Parnahyba pela 1ª Vara da Comarca de Parnaíba, após o afastamento imediato de Batista Filho, a administradora Celina Olivindo revelou que ainda não iniciou seu trabalho de gestão administrativa no Tubarão exatos 21 dias depois de ser nomeada pela Justiça.
Mesmo com a nomeação em mãos, Celina explicou que só pode assumir a função após o processo de acolhimento e aceitação do clube azulino.
Segundo a administradora, isso ainda não foi feito porque o atual presidente azulino, Osvaldo Brandão, não foi encontrado para oficializar o início do trabalho administrativo. Osvaldo negou que exista resistência por parte do Parnahyba em aceitar o processo de intervenção.
- Dia 3 de setembro fui nomeada interventora do clube, ou seja, ser a administradora do clube. Assinei esse termo de compromisso nesse dia perante o juiz, na 1ª Vara da Comarca de Parnaíba. Esperei dois dias e fui me apresentar ao clube. Lá, procurei o senhor Osvaldo dos Santos Brandão, que é o atual presidente do Parnahyba. Entretanto, desde esse dia não consigo encontrá-lo. Por conta disso, meu trabalho como interventora do clube não está acontecendo. Fiz dois ofícios, primeiramente solicitando uma reunião com todos para que pudesse me apresentar, mas infelizmente não tive sucesso porque não fui recebida – explicou a interventora.
Após a decisão que tirou o presidente Batista Filha do cargo, por causa de suspeitas de irregularidades, e determinou a intervenção na administração do Parnahyba para organização das prestações de contas, Celina Olivindo deveria ser responsável pela gestão do Parnahyba, exercendo função meramente administrativa, até a publicação de novas eleições. Osvaldo Brandão, vice de Batista, continua na presidência respondendo pelos atos do clube na gestão de futebol, por exemplo.
- Entretanto, eu só posso fazer um trabalho de gestão se a empresa (no caso o Parnahyba) permitir. Hoje o que percebo é que não existe uma vontade do Parnahyba de aceitar essa intervenção. Estive no clube umas duas, três vezes, falei com torcedores, jogadores e até deixe meu contato lá. O que eu sei é que ele estava para Brasília e retornou para a cidade, mas ele não me procurou e nem me recebeu - conta Celina.
Parnahyba aguarda posse de interventora para convocar novas eleições presidenciais — Foto: Renan Morais
Osvaldo Brandão: "Se ela me procurar, vou recebê-la. Agora, ela tem que ir na minha casa porque vou ao CT esporadicamente"
Em contato com o GloboEsporte.com, o atual presidente do Parnahyba, Osvaldo Brandão, confirmou que estava em viagem para Brasília nas últimas semanas e afirmou que, mesmo não concordando com a decisão, o clube vai acolher a interventora.
- Estava em Brasília para resolver questões de saúde. Cheguei em Parnaíba sábado e estou à disposição dela desde então. Estive no CT (Petrônio Portela), mas não chegou nenhum documento lá. O clube vai recebê-la e, mesmo não concordando com certas decisões judiciais, temos que obedecer. Se ela me procurar, vou recebê-la. Agora, ela tem que ir na minha casa porque vou ao CT esporadicamente – explicou o mandatário.
Presidência do Parnahyba disputada na Justiça
A falta de prestação contas durante o mandato de Batista Filho, o cartola está na função desde janeiro de 2014, é o principal motivo do afastamento. A ação cita irregularidades no processo eleitoral do Azulino, ocorrido em outubro do ano passado. O presidente afastado, Batista Filho, afirmou que as acusações são infundadas. O atual mandato iria até o fim da temporada 2019.
Na decisão, o juiz Georges Cobiniano relatou que a ausência de prestação de contas, confirmada pelo Ministério Público Estadual, comprova falta de transparência e é um indício de má gestão no clube. Por isso, o magistrado afirma que a permanência de Batista Filho no cargo de presidente "é perigo para o patrimônio da entidade por ele administrada".
Fonte: Globoesporte.com, Piauí