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Um ano após a morte da menina Emily Caetano Costa, de apenas oito anos, sua família afirma que dói ainda mais a tragédia vivida no dia 25 de dezembro de 2017. O ex-cantor Evandro Costa, pai de Emily fala ao Cidadeverde.com sobre o sentimento de "revolta e tristeza" que sente ao lembrar da tragédia. "O sentimento é realmente de revolta, de tristeza, e de muita falta da minha filha, porquê a gente perder um ente querido da maneira que nós perdemos é de acabar com a gente. Se não fosse a misericórdia de Deus a gente não estaria de pé", descreve Evandro.
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A morte da menina ocorreu quando o carro que a família dela estava foi perseguido por uma viatura policial, na qual estavam militares. Câmeras de segurança mostram um dos policiais atirando contra o veículo da família, já parado. Na ação, a mãe de Emilly, que estava com um bebê no colo, levou um tiro de raspão e o pai, o músico Evandro Costa, foi atingido na cabeça e perdeu a audição de um dos ouvidos.
O pai fala ainda sobre a tristeza do primeiro Natal sem a filha. "Foi o pior de toda a minha vida e para piorar ainda mais os que causaram tamanha dor e os que deixaram a gente sem chão e sem alegria estão aí soltos rindo da nossa cara. Um foi expulso mas está solto, o cabo Francisco está em liberdade também recebendo seu salário e infelizmente é triste. Justiça que é bom nunca houve", lamenta.
Necessidades
Agora ex-cantor, Evandro afirma que não pode mais exercer sua profissão anterior e única fonte de renda. Segundo ele, sua família passa por privações e necessidades pois até a ajuda oferecida pelo Governo do Estado estaria atrasada.
"O governador se comprometeu em dar um auxílio para a gente, uma ajuda de custo até sair da indenização, mas isso vem atrasando. Era sempre dia 20 e agora em dezembro mesmo não recebemos. Eu soube que cortaram o benefício. Eu fiquei com um tiro na cabeça e fiquei impossibilitado de exercer minha profissão. Tenho filha e tenho família e agora estou impossibilitado de botar alimento em casa", completa.
O processo
O policial Aldo Luis Barbosa Dornel foi apontado como autor dos disparos. Ele ingressou na Polícia Militar em 2010 sub júdice após ter sido reprovado no teste psicológico realizado pela banca do concurso, no caso o Núcleo de Concursos e Promoção de Eventos da Uespi, o Nucepi. A exclusão dele dos quadros da PM ocorreu dia 11 de janeiro, quase um ano depois que a liminar de sua defesa foi derrubada pela Justiça. Já Francisco Venício deu dois disparos para o alto.
Ao notar o erro, a dupla teria recolhido os estojos e projéteis do revólver na cena do crime, modificado também a posição da viatura, alterando o local antes da chegada dos peritos criminais. Aldo foi autuado e tentativa de homicídio, Francisco também será julgado por crime de fraude processual.
No final de setembro, a Justiça determinou que os dois sejam julgados em juri popular. Desde então, o ex-policial Aldo Luís Dornel aguarda em liberdade a data do julgamento, que ainda não foi definida. O Ministério Público entrou com recurso para a renovação da prisão, segundo o promotor Regis Marinho, responsável pelo caso. A família também moveu processo contra o Governo do Estado por uma indenização de R$ 5 milhões, segundo o advogado João Marcos Parente, o processo está concluso aguardando apenas sentença do juiz.
Rayldo Pereira
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