Foto: Letícia Santos
O Tribunal do Júri condenou a 21 anos, 10 meses e 15 dias de reclusão, o ex-namorado de Gisleide Alves dos Santos, Samuel Lucas, por homicídio triplamente qualificado. Ela foi morta em maio do ano passado com dois tiros e dez facadas. Segundo o promotor João Malatato, todas as teses da defesa foram afastadas. O irmão da vítima, Maicon Gesquiel, disse que a sentença ameniza a dor. "Mas não traz ela de volta", afirmou ao Cidadeverde.com. Gisleide foi morta em casa, no bairro Santa Fé, zona Sul de Teresina. O julgamento começou às 8h e terminou por volta das 18h30.
O júri popular aconteceu no auditório do Tribunal do Júri, na capital, sob a presidência do juiz Robledo Moraes Peres de Almeida. O promotor do caso é João Malato e a defesa é representada pelo defensor Dárcio Rufino.
Dárcio Rufino afirmou em depoimento que o acusado, que é réu confesso, desferiu dois tiros contra a vítima, um deles na cabeça, e depois ainda a golpeou com varias facadas. A tese da defesa é que ele cometeu o crime de forma “violenta e descontrolada e que deve ser julgado de forma diferente por isso”.
“Ele sempre foi carinhoso com a vítima, há vários depoimentos que comprovam isso. Essa é uma informação que se repete nas falas das testemunhas. O que aconteceu foi que em um momento de explosão, uma neurose, um ato de desespero, ele cometeu o crime. Não estou diante de um agressor contumaz, mas uma pessoa momentamente acometida por uma neurose compulsiva de cometer um crime”, disse o defensor durante sua defesa oral.
“Não estou dizendo que ele é doente mental, mas que agiu acometido por uma perturbação mental. Não estou dizendo que ele não cometeu o crime, a defesa em momento nenhum alega isso, sei que ele é um criminoso e violento, mas peço aqui uma diminuição de pena, porque ele não tinha condição em razão da perturbação mental de ter se controlado e não ter matado a vítima”, acrescentou.
O réu preferiu se manter em silêncio durante a sua oitiva. As cinco testemunhas de acusação foram ouvidas e as duas da defesa foram dispensadas antes de prestarem depoimento.
Já a promotoria sustenta a tese de homicídio triplamente qualificado por motivo fútil com qualificadora de feminicídio e com premeditação. O promotor João Malato disse que a tese da defesa não se sustenta. “Tendo em vista que as provas nos autos são contundentes em afirmar que o réu, no momento em que matou a vítima, tinha pleno conhecimento do que estava fazendo, inclusive planejou tendo comprado um revólver um dia antes pela quantia de R$ 2 mil e no dia do crime a vítima se encontrava dormindo em uma rede, quando ele chegou e efetuou dois disparos de arma de fogo e depois mais dez facadas”, afirma.
O promotor acrescentou que isso revela um crime premeditado, porque depois ela ainda trancou a casa da vítima, fugiu, passou no Banco do Brasil e ainda sacou uma quantia de cerca de R$ 1.800 para fugir. "Então isso tudo demonstra que ele tinha plena capacidade mental de saber o que estava fazendo”, declarou.
Ainda de acordo com o promotor, em depoimento, o réu condessou que atirou em Gisleide quando ela estava dormindo e que por isso premeditou o crime. “Ele disse que a vítima colocou ele pra fora de casa, e que ele ficou inconformado e decidiu cometer o crime, que antes de atirar foi perto da rede onde ela estava outras duas vezes, até criar coragem para atirar”, disse.
Entenda o caso
As informações prestadas pela polícia na época do crime dizem que o casal havia se conhecido pelas redes sociais. Samuel, que era recém chegado de São Paulo(SP), foi preso dias após cometer o crime em uma barreira na PI-130, saída para Nazária. O filho de Gisleide, que tem 19 anos, foi quem encontrou a mãe morta.
Flash Lyza Freitas
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