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Professores da Universidade Estadual do Piauí (UESPI)irão deflagrar greve a partir da próxima segunda-feira (18), oito dias depois do início do período letivo. A decisão foi tomada em assembleia geral da Associação de Docentes da Universidade Estadual do Piauí (ADCESP) no último dia 13. Neste sábado (16), a mobilização da categoria, que está sendo feita pelas redes sociais através do #sosuespi, chegou a ser um dos assuntos mais comentados do país no twitter.
Os docentes reivindicam o cumprimento do Plano de Cargos, Carreiras e Salários (PCCS) da categoria, que implica na implantação imediata de progressões, promoções e mudanças de regime de trabalho. Os professores também querem a realização de novo concurso público para efetivação do quadro docente e ainda a nomeação imediata de todos os classificados no último concurso. Além disso, a pauta de reivindicações inclui a reposição das perdas salariais dos últimos seis anos e recursos para execução de atividades acadêmicas, como a garantia e ampliação das bolsas estudantis de iniciação científica, programas de extensão, monitorias remuneradas e bolsa trabalho.
A Associação informou que participaram da Assembleia cerca de 150 docentes dos campi da capital e também representantes dos campi de Corrente, Floriano, Oeiras, Parnaíba, Piripiri, Campo Maior e Picos. De acordo com a ADCESP, a medida foi tomada diante da falta de abertura para negociação com a categoria docente, que tenta desde novembro do ano passado audiência com o governo do Estado, mas sem sucesso. “Praticamente todos os campi estavam representados na nossa Assembleia, o que demonstra a força e tamanho da nossa mobilização. A greve foi aprovada por unanimidade”, informou o coordenador de Comunicação da Associação, Antônio Dias.
“A situação na UESPI é bem grave, há um déficit muito grande de professores. Deveria ter cerca de 1.700 docentes e não temos nem 1.110. O governo tem tentado preencher as vagas como professores substitutos, mas é uma situação precária, porque, um substituto no geral ganha 50% ou menos do trabalho que um efetivo ganharia”, complementou o coordenador sobre um dos vários problemas da universidade apresentados pela Associação.
Dentre outros problemas apontados pela ADCESP estão a não previsão de abertura de editais para concurso de professores; o congelamento dos salários, progressões e promoções funcionais de docentes e servidores; a suspensão das monitorias remuneradas, bolsa trabalho e auxílio moradia para os alunos, ameaça de cancelamento de editais de bolsas de pesquisa e extensão; demissão de servidores de serviços gerais e segurança, sendo que tais trabalhadores terceirizados amargam três meses de salários atrasados. "Aprovamos também nossa solidariedade aos terceirizados e cobramos que eles tenham seus direitos respeitados", completou Antônio Dias.
Antônio Dias disse que o comando de greve se reuniu hoje para planejar a mobilização e atividades que serão feitas durante a greve. Na segunda-feira, a organização prepara uma mobilização no campus Torquato Neto, a partir da 8h, para chamar a atenção e sensibilizar sobre o movimento.
O governo do Piauí emitou nota sobre as declarações da Associação. Veja:
O Governo do Estado vem trabalhando para melhorar a estrutura da Universidade Estadual do Piauí. Nos últimos anos o orçamento do órgão aumentou consideravelmente e recursos extras também foram destinados para melhorar a infraestrutura. Quanto ao corpo docente, no último concurso foram oferecidas 197 vagas para professores e mais concursos devem ser feitos à medida que as finanças do estado permitirem. A gestão estadual busca trabalhar em conjunto com docentes e discentes para melhorar o ambiente e a qualidade de ensino da instituição. Quanto a aumento de salário, progressão e reposições não é possível no momento devido o estado ter ultrapassado o limite da LRF.
Lyza Freitas
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