O Grupo de Atuação Especial de Combate ao Crime Organizado (Gaeco), do Ministério Público do Estado, garantiu que a operação Coiote foi realizada respeitando os trâmites legais. Deflagrada na última quinta-feira (16), a operação cumpriu mandados judiciais contra 19 advogados do Piauí. Uma comissão especializada da OAB afirmou que houve abusos no cumprimento das medidas contra os advogados.
Em resposta sobre a declaração da OAB, Rômulo Cordão, coordenador do Gaeco, garantiu que a busca e apreensão foi realizada nos parâmetros da lei, com conhecimento da secção Piauí. “A OAB foi convidada. A questão de participar ou não (dos mandados) é uma escolha do próprio órgão de classe”, informou em entrevista a TV Cidade Verde.
Sobre a exposição dos advogados, Cordão explica que os mandados seguem decisão judicial. “Por ser uma medida naturalmente invasiva traz esse constrangimento, isso é natural, mas nós simplesmente cumprimos o que foi determinado pelo juiz nos mandados”, destacou.
Ainda de acordo com o Gaeco, o material apreendido é objeto de análise outras medidas podem ser tomadas nas próximas semanas. O grupo não descarta a emissão de mandados de prisão contra os suspeitos.
Segundo o Gaeco, entre 2011 e 2017, R$ 15 milhões teriam sido movimentados pelo esquema em 19 mil ações envolvidas.
O caso
No dia 16 de maio, o Gaeco cumpriu mandados de busca e apreensão em cinco escritórios de advocacia na região de São Raimundo Nonato (a 500 km de Teresina). Segundo o Gaeco, a organização criminosa seria liderada por advogados.
Aposentados com empréstimos bancários seriam cooptados para entrarem com ações no Juizado Especial de São Raimundo Nonato, pedindo anulação dos empréstimos informando que não teriam autorizado o desconto, mesmo tendo sido realizado de forma espontânea.
Valmir Macêdo (com informações da TV Cidade Verde)
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